Talarico entrou no elevador. Dentro, já se encontrava a
boazuda do 907. Aquela que, depois que pegou o marido no flagra, não propriamente
com outra, mas...
Foi assim: ela havia saído para fazer as compras no
supermercado. Quando chegou à garagem do prédio, percebeu que havia esquecido
as chaves do carro e voltou para trás. O marido não havia perdido tempo e já
estava na cama, como já disse, não com outra. Era com outro! E justamente o
faxineiro do prédio. Foi um escândalo. O faxineiro foi mandado embora, assim
como o marido. O zelador, fofoqueiro por vocação, contou para todas as
domésticas, deixando bem claro que era segredo. Mas, as patroas todas acabaram
sabendo o segredo e, daí, a notícia ganhou o mundo, passando, antes pelos ouvidos de todos os maridos existentes no prédio. E acontece que a boazuda do
907 era realmente boazuda e a homarada toda ficou solidária a ela, na esperança
de, digamos assim, poder consolá-la. Vocês me entenderam! Pois não é que a
boazuda, que antes tinha cara de brava, passou a sorrir para todos os vizinhos homens?
Verdade que não passava disso. Mas, como a esperança é a última que morre, e longe
de suas respectivas (lógico!), a homarada toda se desmanchava em sorrisos
derretidos quando ela aparecia. Só que, em relação ao Talarico, ela, antes tão simpática, passou a
fazer uma carranca que desestimulava qualquer pensamento, principalmente os pensamentos anti éticos. Ele, coitado, ficou
imaginando o que teria dado errado. Teria uma casquinha de feijão ficado presa
bem na frente dos dentes da frente? Será que o desodorante havia vencido?
Pois não era nada disso. O motivo era o galo. O Talarico tinha um
galo no apartamento. Verdade! E o maldito galo era mais respeitador de horário
que o próprio despertador. Todos os dias, inclusive domingos e feriados, o
maldito galo se punha a cantar às quatro da madrugada. Fizesse chuva ou fizesse
sol.
E como é que o Talarico adquirira aquele mico? Fácil! Os
filhos, numa festinha de aniversário de crianças, ganharam um pintinho cada um
e levaram para casa. A mulher do Talarico ficou em polvorosa. Como é que iriam
cuidar de dois pintinhos dentro de um apartamento? Felizmente, o Repolho, o
cãozinho da casa, resolveu metade do problema, caçando um dos pintinhos. Mas, o
outro se salvou e virou um baita galo, de fortes pulmões, que, às quatro da madrugada, se põe a
cantar e a infernizar a vida do prédio inteiro, com aqueles cocoricóóóós intermináveis.
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Gente, o que é que está acontecendo com as mães? Minha
sobrinha fez uma festa de aniversário, aqui no sítio, para comemorar os seis
anos de idade da filha. Veio uma “van”, de São Paulo, com três monitoras e a
criançadinha da escolinha. Foi tudo muito bonito e alegre. As monitoras montaram
três barracas bem no meio da sala da casa de minha irmã. Uma barraca para as
meninas, outra para os meninos, a terceira para as monitoras. E, assim, as
crianças acamparam dentro de casa, longe do perigo de grilos, formigas, pernilongos. Um final de semana inesquecível para muitas
das crianças que nunca haviam visto um porquinho, um pônei, coelhos, cabras,
vacas. Tudo muito bonito.
Na saída, cada criança ganhou e levou para casa dois
pintinhos. Vocês sabem, não é? Daqueles amarelinhos, bonitinhos, que costumam fazer
suas caquinhas em qualquer lugar e, principalmente, com o hábito muito ruim de
crescerem e se transformarem em galinhas cacarejantes. Ou em galos cantadores
das madrugadas. Minha outra sobrinha, que não viera mas mandara os dois filhos,
ligou para a irmã, furiosa:
“Trate de vir pegar esses pintinhos! Como é que eu vou
cuidar de quatro pintinhos dentro de um apartamento?”
Gentes, lembro que meus filhos, quando eram pequenos, várias
vezes chegavam de festinhas com um peixinho vermelho cada um. Mas, pintinho?
Essa não!
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Rosenildo estava meio desconfiado da mulher. A Clotildinha
andava um tanto estranha, de uns tempos para cá. “Aí tem coisa e da grossa”,
pensava Rosenildo, com seus botões. E foi então que aconteceu.
Rosenildo ouviu um barulho estranho dentro do guarda roupa.
Aproximou-se bem devagar, pé ante pé, e abriu a porta de repente. Uma galinha assustada, berrando feito
um demônio, saiu esvoaçando de dentro do armário. O coitado tomou o maior susto
da vida dele. Fosse um homem e o susto não teria sido tão grande.
“Mulher! Que diabos essa galinha tá fazendo dentro do
armário?”
Clotildinha veio lá da cozinha, alarmada.
“Eu sabia que você não iria gostar. De dia ela fica solta
pelo apartamento. Mas, à noite, antes de você chegar, eu a tranco aí dentro
para você não ver”.
“E que idéia louca é essa de criar galinha dentro do
apartamento?”
“Foi a Mariazinha que ganhou de presente em uma festinha de
aniversário de amiguinho da escola!”
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Gentes, torço para que nenhum de seus filhos ou netos traga para dentro de suas casas um pintinho. Ou dois! Ou três!
Abração a todos e até à próxima.
Abração a todos e até à próxima.
JF
15 comentários:
Você se lembra do peixinho que a Luciana ganhou num aniversário e que viveu alguns anos,mesmo sendo alimentado de modo incorreto(pela pequenina dona)?
Cada vez que precisávamos vir ao sítio, o pobrezinho precisava "viajar" dentro de um vidro de Nescafé.
Ainda bem que nossas netas nunca ganharam essas "lembranças"!
Lembrei-me do tempo que morei em SP.No super dos matarazzo(depois foi alugado pro pão de açúcar)lá no início da av.pompéia,2 dúzias de ovos davam 3 pintinhos.
A irene comentou isso com o rafael (ainda pequeno) e o jeito foi levar.
Menos mal que a gente morava numa casa,daí o pátio se prestou.
o rafael ainda pequeno jogou 1 dos pintinhos por cima do muro.Nossos vizinhos devolveram,uma das pernas machucada ,mas o danado se salvou.
Mais tarde foram para a panela,claro que num dia em que o filho estava ausente,eram o xodó dele,embora depois de grandes deixassem de ser um brinquedo para ele.
Mas a tal vizinha do início do teu conto tbm consolavas????rssss
abç
GG
Mas bah, JF, essa história de pintos me fêz lembrar uma cabritinha que ganhamos num bingo, lá em Alagoas, onde morávamos naépoca. A tal cabrita veio penhe e pariu três cabritinhos(é três!), e nós que tinhamos um grande pátio com um lindo pomar de repente, vimus nossas árvores serem devoradas... Tivemos que esperar uma ausência das crianças, proprietárias da tropa, para chamar um marchante que levou a mãe e sua prole, dando-lhes o devido destino.Abração.
Boa! Abraços JF e passe sempre na Estrovenga!
Já te linkei nos favoritos de lá.
Abraços!
Olá JF,
falando em galináceos,
certa vez dona Maria Regina, coração mole, adquiriu 20 desses pintainhos amarelinhos, uma graça os 20 comendo ração, dia e noite...
... dentro da banheira do apto q nós morávamos, na Asa Norte... já q estávamos na asa, né, rsrsrsrs.
Felizmente, antes deles virarem adultos, a gente conseguiu sair da asa, fomos para uma casa funcional no Lago Sul, com amplo quintal!
Daí ela se animou, o coração amoleceu outra vez, e numa volta da chácara, tinha um vendedor, na estrada, com várias cxs de pintinhos amarelinhos:
-a sra. compra uma cx, leva outra de brinde, disse ele!
Putz, eram + de 50 pintos pra cuidar, o quintal ficou pequeno...
A sorte é q todo dia fugia 1 ou 2 ,não sei como achavam buracos na tela... e o cachorro do vizinho se esbaldava.
No final sobraram uns 40, todos com as canelas muito finas, e franzinos, comiam qq coisa q caisse lá no quintal, acabaram com toda grama ou capim q tentava nascer, uma loucura.
Eu os apelidei de 'velocireptor', tal seu apetite.
Começou então a temporada de 'galinhada' pro almoço:
aproveitávamos quando a manicure maranhense ia lá, pegávamos 3 ou 4 velocireptores de uma vez, ela cuidava do abate, a gente não conseguia matar nenhum, coração mole, né, hehehehehe.
JF,
Ainda bem que esse tipo de lembrancinha acabou. Certa vez fomos a um aniversário de criança e ganhamos (olha que somos três aqui em casa) um pintinho. Eu queria dispensar a minha lembrancinha, mas a aniversariante foi logo dizendo, tia, não faça essa desfeita comigo. Nada pude fazer. Bom, o jeito foi trazer o trio de pintinhos e soltá-los no sítio junto com as galinhas. No começo elas estranharam, com o tempo adoraram a ideia e formaram aquela família.
Abração
Meu caro JF, isto é verdadeiro presente de grego!Sorte que por aqui tem muita roça, inclusive da avó paterna e os bichos iam para lá. Ana uma vez (por causa da novela que tinha uma pata chamada Doralice), começou a criar um casal de patos> Eu os expulsei daqui, mas minha mãe os adotou e só os mandou para a roça depois que eles sujaram inúmeras vezes o pátio da casa dela. Hahahaha. Gostei de voltar aqui e ler este texto tão bem humorado! Beijão a todos!
ainda bem que meus filhos só traziam brigadeiro nos bolsos e o máximo de trabalho que eu tinha era esfregar os bolsos, todos melecados de chocolate...pinto, tô fora!
bom, desses amarelinhos, se é que me entende, hehehe...
Eu estava com muita saudade daqui e de teus posts tão bem humorados. Estive fora por vários motivos, inclusive viagem e doença na família. Felizmente minha nora está melhor, depois de quase um mês na CTI, as netas ficavam aqui direto.
Ainda bem que a ideia de dar pintinhos de presente não vingou por aqui. Lembro de uma cunhada enlouquecida com os que os filhos ganharam. Moravam num apartamento pequeno e eles colocaram até lâmpadas no banheiro da empregada para aquecer os bichinhos.
Bjim pra ti e pra Nina. Espero não ficar tanto tempo longe dos blogs agora.
Oi JF!
Eu sempre fui "seletiva" durante a infância das minhas grandes-filhas: peixinho podia, mais NADA ! rs
Gostei do post criativo.
beijo grande,
Paiê. A única coisa que posso pensar é: ainda bem, AINDA BEM que as meninas já cresceram e nem caberiam nas barracas. Já imaginou trazer 4 pintinhos para conviver com as 5 calopsitas, os 2 periquitos e os peixes? E tudo num apartamentozinho???
Beijocas!!!
Caramba... verdade, o que está acontecendo com essas mães?
J.F. vou te contar a verdade... as mães dizem "Que bonitinho o pintinho que você ganhou", mas em silêncio pensam "Tomara que seja esgoelado". Muito difícil um bichinho desse sobreviver em mãos infantis e se isso acontece é por que as mães não tiveram infância. Touchè!! Pois é isso! As mães de hoje criam filhos, sem mesmo elas terem tido infância.
Hahahaha rachei de rir das histórias.
Beijus,
Oi meu querido! Feliz Dia dos Pais!Que Deus na sua infinita bondade possa lhe dar muitos anos de vida junto aos seus filhos!Bjs.
Oi meu querido! Feliz Dia dos Pais! Que Deus na sua infinita bondade possa lhe conceder muitos anos de vida junto aos seua filhos!Um grande abraço!
Vim com atraso te parabenizar pelo dia dos pais. Mas pai é pai todo dia, né? Beijus,
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