Dizem que colecionar é um hábito saudável. Vocês colecionam
alguma coisa? Tem gente que coleciona selos. Tem quem colecione moedas. Há os
que colecionam orquídeas. E cactos. E vários tipos de plantas.
Quando eu era criança, existiam as coleções de figurinhas.
Em geral, eram pequenas estampas com a foto de jogadores de futebol e vinham
envolvendo balas que comprávamos no armazém. Depois, as figurinhas passaram a
vir em envelopes que eram comprados nos jornaleiros. Muito antes disso,
existiram as famosas estampas Eucalol, que acompanhavam os sabonetes dessa
marca e que, até hoje, ainda são objeto de trocas entre colecionadores.
Porém, selos, moedas, plantas, figurinhas, tudo isso sempre
esteve dentro das coleções normais e previsíveis. Assim como, em certa época,
eram previsíveis as coleções de carteirinhas de fósforos, de lápis de
propaganda, de chaveiros, de discos 78 ou 33 rpm, de bonecas Barbie. Hoje, existem
até, imaginem, os que colecionam ferraris.
Mas, tem gente com umas coleções esquisitas. Conheço duas
pessoas que colecionam as latinhas de alumínio de refrigerantes e cervejas. Um
deles tem mais de 1.500 latinhas nacionais e estrangeiras dispostas em vários
armários envidraçados. E, pasmem, todas elas cheias com seus respectivos
conteúdos. Nunca foram abertas e latinha vazia é desprezada. Juro! Porém, uma
coleção que entendo ainda mais estranha é uma que se deriva desta coleção de
latinhas de refrigerantes e cervejas. É a coleção de garrafas PET do meu filho.
Qualquer garrafa PET? Não! A coleção dele é especializada em PETs de 2 litros,
de refrigerantes! Umas trezentas PETs. É óbvio que essa coleção não cabe no
apartamento dele, já completamente atulhado com coleções de revistas, gibis,
mangás, e congêneres. Sem falar que, felizmente, ele se convenceu que nunca
mais iria conseguir reler sua coleção de recortes de jornal e jogou fora esse
paciente trabalho de tesoura, de muitos anos.
Voltando às PETs. Quando ele se convenceu que elas não
cabiam em seu apartamento (eram elas ou a namorada), apelou para a solução mais
simples: a casa do pai. Só que o pai, em determinado momento, resolveu mudar de
São Paulo para o sítio, em Itatiba. Vocês precisavam ver a cara de incredulidade
do pessoal da Granero colocando aquele monte de garrafas plásticas dentro
daquelas caixas enormes de papelão e, depois, colocando essas caixas enormes
dentro do caminhão. Devem ter pensado que eu era louco. Afinal, eu não
expliquei a eles que a coleção era do meu filho, que teve sua imagem
preservada, e não minha. No sítio, minha primeira providência foi esvaziar uma
porção de garrafas que ainda continham seus devidos produtos.
E passaram-se cinco anos, desde nossa mudança. E foram cinco
anos reclamando com ele para que desse um fim a tudo aquilo. Ou que, ao menos,
me permitisse construir uma jangada com elas, para que eu brincasse de Simbad,
o marujo, no lago do sítio. Uma amiga até se prontificou a me dar a cola que
uniria as trezentas garrafas, já pensando em uma publicidade gratuita para sua
empresa. Só não fiz a jangada por considerar essa amiga uma cientista louca e por
não saber nadar. Sei lá se a cola não era solúvel em água? E foi nessa altura
dos cinco anos que vieram os cupins e se encarregaram de apressar as coisas.
Atacaram as PETs? Antes fosse isso! Atacaram o madeiramento do telhado do
depósito onde elas estavam guardadas juntamente com uma enorme quantidade de
tranqueiras, daquelas que a gente vai guardando para utilizar na ocasião
propícia, sendo que essa ocasião propícia não chegará nunca, nem na terceira
geração de nossos pósteros. E eu precisei esvaziar o depósito. Meu filho foi
compreensível e permitiu, finalmente, que eu me desfizesse das PETs, para
alegria de algum reciclador daqui de Itatiba. Porém, com uma condição. Ou duas!
Primeiramente, eu deverei fotografar as PETs. Todas elas. Segundamente, como
diria o Coronel Odorico Paraguaçu, deverei remover os rótulos, de cada PET,
para entregar a ele como "memórias" de sua coleção.
E foi dessa forma que, de uma hora para outra,
transformei-me em fotógrafo de PETs. O que um pai não faz por seu filho? É
nessas horas que lembro do poema de Coelho Neto: “Ser pai é padecer num
paraíso”. Ou algo mais ou menos assim.
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OS BICHOS, NO SÍTIO
E aí vai mais um dos animaizinhos quem andam por aqui: o caxinguelê. Também conhecido, por aí, como serelepe, esquilo, caxixê, etc.
Muito ágeis, muito rápidos. É lindo ver um caxinguelê carregando um filhote. O filho se enrola feito uma bola e o caxinguelê (não sei se a mãe ou o pai) o pega com a boca e o leva embora.
Entre outras coisas que comem, gostam muito dos coquinhos das palmeiras. Conseguem, roendo, fazer um pequeno orifício na casca dura para comer a polpa.
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EXPOSIÇÃO NACIONAL DE ORQUÍDEAS
Nos dias 19 a 21 de abril, na cidade de Vinhedo/SP, no Parque Municipal Jaime Ferragutti, bem na entrada da cidade, nós do Clube Amigos da Orquídea-Viva, de Vinhedo, com o apoio da Prefeitura Municipal, estaremos realizando nossa 14ª Exposição Nacional de Orquídeas. Aberta ao público nos dias 20 e 21, com entrada franca, estacionamento dentro do Parque, cursos gratuitos de cultivo, vendas de plantas, insumos, livros e revistas, e até camisetas. A exposição vem crescendo a cada ano. Em 2012, foram expostas 1.205 plantas floridas. Para este ano, esperamos uma quantidade ainda maior.
Na foto, uma parcial de minha Vanda tricolor 'suavis' instalada em árvore a quase 40 anos. Na floração de 2012 foram mais de 600 flores abertas ao mesmo tempo (setembro/outubro).
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Abração a todos e até à próxima postagem.
JF