sexta-feira, março 28, 2008

GHOST - DO OUTRO LADO DA VIDA

Vocês viram o filme “Ghost - Do Outro Lado da Vida”? É um filme romântico, de 1990, com Demi Moore e Patrick Swayze, como a dupla romântica. Excelente filme, grande sucesso de bilheteria, ganhou dois “Oscar”.

Na trama, Sam (Patrick) é morto na frente de Molly (Demi). Porém, Sam ainda fica vagando e protegendo Molly, com a ajuda de uma médium trambiqueira, Oda Mae Brown (Whoopi Goldberg).

Bom, não é sobre o filme que quero falar, mas de uma cena que, entendo, é antológica.

Apesar de apaixonados, Sam não é muito de demonstrar seu amor, ao contrário de Molly, que sempre lhe fala sobre isso. A cena antológica é quando ele está lendo jornal e Molly, bem carinhosa, lhe diz que o ama. Sem distrair-se da leitura, ele apenas responde: “Idem!” Naturalmente, respostas como essas fazem com que ela chegue a duvidar do amor dele.

Realmente, esse fato é curioso, pois acontece com muitos homens. Enquanto namoram, vivem jurando seu amor à amada. Ao se casarem, cessam essas declarações.

Por que isso ocorre? Não sei explicar, mas nada tem a ver com término do amor. Os homens continuam amando, talvez até mais intensamente. Mas, esquecem-se de falar. Ou, de demonstrar.

Muitos até se explicam:

“Se eu começar a fazer declarações de amor a ela, ela vai achar que estou escondendo alguma coisa. Que estou tendo um caso!”

É verdade! Tem muita mulher que pensa assim. Reclama de falta de amor, se ele declara o amor. Por isso, muitos preferem se calar. Pelo menos não são obrigados a ouvir acusações sem fundamento.

Insisto, não sei porque os homens se comportam dessa forma. Não sei se é por se sentirem seguros: “Já estou casado, mesmo. Não preciso mais fazer declaração de amor.” Não sei se é porque elas se sentem carentes de palavras carinhosas em horas que eles estão com o pensamento no futebol, no jornal...

Mas, o fato de não falarem nada não significa que não amem. Simplesmente, o homem se sente seguro e não declara. Só isso! Nada mais!

E como ficam as mulheres, por natureza mais românticas que os homens e que gostam de ouvir juras de amor, mesmo depois de casadas há bastante tempo? É aí que deve entrar o bom senso. O que custa a um homem declarar amor a uma mulher, mesmo que estejam juntos dezenas de anos?

E, mulheres, por favor! Declaração de amor do marido não significa “culpa na consciência”. Declaração de amor de marido apenas significa que ele continua amando e que, romanticamente, quer que você saiba disso.

Eu custei bastante a perceber em mim esta falha autenticamente masculina. Aí, me corrigi. Às vezes, um simples bilhetinho amoroso, deixado em lugar estratégico, faz verdadeiros milagres. A Nina bem que gosta de encontrar esses bilhetes.

Certa vez, deixei um bilhetinho para a Nina sobre a pia do banheiro:

“Sei que não é a melhor forma de declarar meu amor. Mas, mesmo assim, saiba que “eu te amo muito!”

Sabem como ela reagiu? Quis jogar o piano na minha cabeça. Só porque eu deixei o recado escrito naquela cartucho de papelão que serve de miolo do papel higiênico! Pode uma coisas dessas?


O BLOG DO EDDIE WOOD




Gentes, vocês já viram cachorro intelingente? Pois é o Eddie Wood. Ou, simplesmente, o Ed. É inteligente demais! Na foto, ele, todo orgulhoso, na volta da Academia, mostrando o canudo de papelão que contém o seu "diploma".

O Ed, coincidentemente o meu "beagle", é tão inteligente que está com um blog bem ativo, onde conta suas aventuras e desventuras. Hoje, por exemplo, ele fala da Bilisca, uma "cã" que o está paquerando, perdidamente apaixonada. Vão lá dar uma olhadinha. O endereço do blog do Ed é: http://edbeagle.blogspot.com , ou: www.edbeagle.blogspot.com Ou então, "linkem" pela indicação, aí ao lado, dos blogs da família.

MAIS UM PRÊMIO

Fiquei sabendo que meu amigo Marco ("Antigas Ternuras" e "Playground dos Dinossauros" - links ao lado, em Blogs Amigos) me presenteou com mais um prêmio: o selo "Sensações Alucinógenas". Vou lá ver e depois conto para vocês. De qualquer forma, antecipadamente, obrigado, Marco!

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Abração
JF

sexta-feira, março 21, 2008

MEU DOMINGO

Oi, pessoal. Nós, do Clube Amigos da Orquídea-Vinhedo Valinhos (CAO-ViVa), convidamos todos vocês a visitarem nossa 9ª Expo-Nacional de Orquídeas, nos próximos 12 e 13 de abril, realizada em conjunto com a Prefeitura Municipal de Vinhedo. A inauguração solene, com presença de autoridades municipais e coquetel para os convidados, será no dia 11, às 20 horas. Todos vocês, e seus familiares, estão convidados. Durante a exposição, serão dadas aulas práticas de cultivo de orquídeas para os interessados. No sábado (12), acontecerá o 3º Encontro de Orquidófilos e Associados de Listas de Discussão-Internet, a partir das 9 horas, quando os participantes estarão sendo recepcionados com um café da manhã oferecido pelo comércio local, em colaboração com a Prefeitura Municipal de Vinhedo. Às 10 horas, para os participantes do Encontro, palestra sobre o tema: "Critérios para Julgamentos de Orquídeas em Exposições". Palestrante: o JF (eu mesmo!).

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Meu domingo

(Reproduzido de publicação na lista de discussão NESO, de 10/11/2005, recuperado pela minha querida amiga Vera Coelho, de Fortaleza-CE)

Gentas e gentos.

Para mim, o domingo é dia sagrado. É dia de dormir até à hora do almoço. E isso porque o almoço, no domingo, sai tarde! Não gosto de ser incomodado, nesse dia!

Oito horas da madrugada! Toca o telefone! Para mim, parecia sirene do Corpo de Bombeiros! A Nina atende:

-Oi, filha! Cê tá vindo prá cá? Tô te esperando!

Aí, acendem-se 580 holofotes, daqueles de procurar avião no céu, bem na minha cara! Era a Nina acendendo a luz do quarto!

-Oi, quiridu! A Lu está vindo aí para irmos à missa! Você quer acordar prá tomar café ou vai continuar dormindo? ("Santa Cibalena", pensei comigo mesmo! "Trinta e seis anos e ela ainda não aprendeu que eu não gosto de ser acordado prá me perguntar se quero dormir?" Enfiei-me por baixo das cobertas e fingi que não havia acordado!)

-Quiridu! Quiriduuuu! (E me sacudia de tal forma que eu pensei no terremoto e nas lavas do Vesúvio sobre Pompéia. Não sei porque!")

-Hummm!!!...

-Você quer continuar dormindo?

-Não posso! Vou sair!

-Onde cê vai?

-Visitar O BUSH!!! Visitar o Bush, a Rainha da Inglaterra, a Princesa
Izabel e o Cristovan Colombo!

-E num vai me levar? Eu adoro conversar com as pessoas!

Joguei o criado-mudo nela!

-Puuuxaaa!!! Eu só queria falar prá você continuar dormindo!! Não falo mais com você, até o mês que vem! (Finalmente! Paz! Sossego! Silêncio!)
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Dim-dóóóóómmmm!... Dim-dóóóóómmmmm! Dim-dóóóómmmm! ("E agora? Seria uma vendedora da Avon? Domingo de manhã? Não! Não pode ser! Só pode ser vendedor de carnê do Baú da Felicidade!")

Era a Lu chegando. Chegando e já começando a falar, sem parar. Ao mesmo tempo que a Nina. Um interminável diálogo composto por dois monólogos de duas pessoas falando ao mesmo tempo.

AU-AU-AU-AU-AU-AU-AU-AU (Agora era o Eddie Wood contente com a chegada da irmã!)

-Ediiiiinhuuuuuuuu! (O relógio dentro do meu crânio apontou: 178 decibéis!)

AU-AU-AU-AU-AU-AU-AU...
POCOTÓ-POCOTÓ-POCOTÓ... O Ed não é nenhuma eguinha, mas lá vinha ele galopando pelo corredor, latindo alegremente e... PÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ... Saltou e aterrizou em cima do meu peito! l5 Kg de "beagle" gordo!

-SEU PAQUIDERMEEEEE!!! (E voou um travesseiro! Mas ele já estava de volta à sala e o travesseiro derrubou um quadrinho da parede.)

Lá na sala, os monólogos de duas vozes continuavam a 140 Km por hora.
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TRIMMMMM... (PAUSA) TRIMMMMM... (PAUSA) TRIMMMM... 48 minutos até alguém se tocar e resolver atender.

Não aguentei mais! Pulei da cama e entrei no banheiro. Com dois chumaços de algodão, construí dois tampões de ouvidos e os coloquei bem na entrada dos pavilhões auriculares. (UAUUUUU...)

Saio do banheiro e, no corredor, vejo a Nina e a Lu gesticulando para mim, indicando o telefone. Fui lá atender. Só que esqueci dos tampões, o que prejudicou ligeiramente a audição.
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-JF?

-Sou-lho!

-É a Tussi! (E eu já fico lá, dando tratos à bola: Mas quem é "Tussi?"
Mas, não posso demonstrar que não sei quem é. Nas guerras, nunca devemos demonstrar ao inimigo nossa insegurança. - Não se esqueçam disso! Nunca!)

-Oi, Tussi. Tudo bem?

-Você sabe onde compro requeijão de Tapirai?

-O quê?

-EX-PE-DI-ÇÃO de Paranavai? ("Minha nóóóssaaaa!", pensei. A agora?)

-O Matias me disse para ir a Guarapuava, de lá para Caraguaratuba, e depois volta até Mirai! ("Baaaabaridade", raciocinei. "Ela não regula!" E o pior é que ela não fazia nenhuma pausa. Falava sem parar, sem me deixar nenhuma chance!)

-Mas eu não vou rodar vinte e cinco quilômetros se a confederação está perto da minha casa. Só seiscentos quilogramos. ("É Pinel! É Pinel", pensei comigo mesmo, recordando meus tempos de carioquês e carioquices.)

-Sabe de uma coisa? Esse chato do Jeremias fica aqui buzinando essa campainha no meu ouvido... Eu não vou mais... ("Tá louca! Doida varrida!", continuei raciocinando. Sim, porque falar... ela não me deixava.)

-Olha, já vi que você está com má vontade e não quer ensinar! E o que você já me ensinou está tudo errado! Você não sabe de nada! Por que você não passa a manhã do domingo dormindo?

PLÉÉÉÉÉÉMMMMM!!!!! Desligou o telefone na minha cara! ("É lora!!! Uma autêntica lora!!! Vou voltar para a cama que ganho mais!")

Lora? LORAAAAA??? LORAAAAA???? Será que era a Suzi e não a Tussi? Puxa! Se fosse a Suzi eu tiraria esses tampões de dormir dos ouvidos e conversaria direitinho com ela. Até sugeriria que ela fosse ver a exposição de Jundiaí, lá no pavilhão da exposição agro-industrial, quase na frente da casa do Edu Quirino! Mas, não! Não podia ser a Suzi. O que que ela iria querer fazer em Taquaritinga? Ou Itaquaquecetuba? Ou... Onde é que ela queria ir, mesmo? Sei lá!

E voltei para minha cama!

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Abração
JF

domingo, março 16, 2008

FOGÃO DE LENHA

TATO FISCHER NO VILLAGIO(SP) E NO PANORAMA(RJ)

No próximo sábado (22), às 22 horas, no Villaggio Café (Praça Dom Orione, 298 - Bela Vista - Sampa - reservas (11) 3571-3730 ou villaggiocafe@terra.com.br), meu amigo Tato Fischer estará se apresentando. A mesma apresentação acontecerá no Rio de Janeiro, no Panorama, na segunda-feira (24).

Tato Fischer (Carlos Eduardo Fischer Abramides)


20/6/1948 Penápolis, SP

Músico. Ator. Diretor teatral. Irmão de Iso Fischer (cantor, compositor e pianista). Bacharel e licenciado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. É formado em Piano pelo Conservatório Musical de Lins (SP).

Foi fundador e primeiro pianista do conjunto Secos & Molhados, integrado por Ney Matogrosso, Gerson Conrad e João Ricardo. Participou em festivais de música, dirigiu e integrou grupos de teatro como ator e músico, tendo recebido diversos prêmios, dentre os quais o APCA por "Foi bom, meu bem?".

(Dados acima extraídos do Dicionário Cravo Albin de Música Popular Brasileira - http://www.dicionariompb.com.br/verbete.asp?tabela=T_FORM_A&nome=Tato+Fischer)


Tato Fischer é dono de uma excelente voz e de uma afinação excepcional. Instrumentista de muita qualidade. Cantor, compositor, instrumentista, diretor teatral, diretor musical, mágico. Professor de canto, criou e rege o coral "Amídalas Cantantes", de Santo André-SP.

Mais sobre Tato Fischer: http://www.tatofischer.com.br/

Não deixem de ver Tato Fischer. É uma apresentação imperdível.

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FOGÃO DE LENHA

Meus pais compraram o sítio em 1970. A casa era uma casa grande, mas velha. Não antiga. Velha! Mas, na cozinha, havia um fogão de lenha. Minha mãe, nascida e criada no interior de São Paulo, ainda nas primeiras décadas do século vinte, gostou muito da idéia de poder cozinhar num fogão a lenha, embora não prescindisse de um moderno fogão a gás, instalado ao lado do primeiro. Tradição é tradição, mas o progresso é mais prático. Mais tarde, na casa nova, foram feitas duas cozinhas. A cozinha normal, com o fogão a gás, e a cozinha da Dona Amélia, nos fundos da casa, com o fogão de lenha.

O fogão a gás servia para a caseira preparar almoço e jantar. No fogão de lenha, minha mãe, principalmente, cozinhava feijão, fazia doces, etc.

Mais para a frente, numa ampliação da casa, a cozinha de Dona Amélia foi desativada e, no lugar, foi feita uma grande suíte para meus pais. A partir disso, sobrou apenas fogão a gás. Mesmo porquê, nessa altura, minha mãe já não cozinhava mais.

Do antigo fogão de lenha sobraram as lembranças. Uma dessas lembranças é justamente o prazer que minha mãe tinha de usar aquele fogão. Um cozimento lento mas perfeito. Por igual. Por dentro e por fora. Os doces, principalmente, estão na memória de todos: doce de mamão em calda, doce de abóbora, doce de laranja, etc.

Algumas histórias também ficaram.

Uma ocasião, só por folia, coloquei milho de pipoca dentro do fogão. Minha mãe acendeu o fogo e começou a preparar suas coisas. De repente, aquele milho todo começou a pipocar dentro do fogão. Ela tomou o maior susto e aquilo rendeu muita risada.

Outra coisa que rendia muita risada era a fumaceira do fogão da cozinha velha. A chaminé estava meio entupida. O resultado era que aquele “fumacê” vinha da cozinha e invadia a casa inteira. Minha mãe não reclamava disso. Mas, bastava meu cunhado, acender um cigarro e lá vinha ela reclamar da fumaça do cigarro invadindo a casa inteira. E, assim, o Paulo, único fumante da família, se via obrigado a fumar apenas fora da casa.

Mesmo em dias de muita chuva, a criançada não dispensava a piscina. Para secar biquínis e tênis molhados, minha irmã Maria Amélia colocava essas peças sobre o fogão a lenha. Só que, às vezes, esquecia. Quando alguém entrava na cozinha, encontrava tênis e biquínis assados.

São lembranças boas e divertidas.

Agora, tendo nos mudado para o sítio, a Nina começou a fazer os doces que minha mãe fazia. No próximo sábado, 15, estaremos recebendo umas 40 pessoas, entre amigos e familiares, para uma de suas especialidades culinárias: feijoada.

Hoje, a Nina veio com uma conversa:

“Nós poderíamos fechar este terraço da porta da cozinha. Na parte da frente, colocaríamos uma porta metálica envidraçada. Uma das laterais, fecharíamos com vidro. A outra lateral fecharíamos com alvenaria e, nessa parede, construiríamos um fogão de lenha. Já pensou esses doces caipiras feitos e apurados em fogão a lenha, com fogo bem lento?”

Fiquei pensando!

E pensei, também, na feijoada apurada de um dia para o outro sobre as brasas de um fogão de lenha. Isso vai ficar bom demais!

Volta ao passado? Não! É que comida preparada no lento, prosaico, mas romântico fogão de lenha fica bem mais gostosa que a comida feita no prático, rápido e moderno fogão a gás. Ah! Isso fica!

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COMENTANDO UM BLOG

Já andei comentando e recomendando vários blogues. Gostaria de comentar todos de uma vez, mas não é possível. Mas, como sempre digo, recomendo a leitura de todos os blogues que estão na minha relação de links de “blogues amigos”. Todos eles são excelentes blogues.

No dia de hoje, está completando três anos de existência, com mais de cento e tantas mil visitas, o “Antigas Ternuras” - http://antigasternuras.blogspot.com/

Nesse blogue, de uma forma absolutamente descontraída, meu amigo Marco conta reminiscências, explica o significado de expressões usuais, narra curiosidades, etc. Os escritos do Marco têm o poder de prender a atenção de seu leitor de tal forma, que nos sentimos dentro do texto. É um blogue digno de ter seu endereço nos “favoritos" de todo leitor de blogues de 8 a 100 anos de idade.

Abração.

domingo, março 09, 2008



POR QUE DÓI TANTO?


Por que a despedida dói tanto na gente?
Realmente eu me "achava" preparada. Minha mãe, sofrendo Mal-de-Parkinson há mais de vinte anos, vinha definhando a cada dia. Por causa do avançado da doença, já não tinha mais movimentos - rigidez muscular. Mas não era tão problema assim: magrinha como estava, carregávamos no colo.
E assim ia, teve dias bem piores, sem lucidez, sem "presença". Quantas vezes ficava sem manifestar, nem mesmo no olhar, um sinal de vida. E depois, lá de dentro, vinha um sorriso, um pedido de café, que ela adorava, uma reclamação que a comida estava demorando, tinha fome.
Não foi a "melhora para a morte", pois se via definhar mais e mais, o quadro complicava. Ulcerações de contato por longo tempo deitada, pulmão juntando líquido, respiração curta, sufocando. Mas estava mais lúcida, mais presente. Cada vez que a colocava na cama, começávamos juntas uma prece: balbuciava o "Pai Nosso..." esperava eu recitar, e concluía no "Amém"!.
Meu maior medo era que se acabasse no meio da noite, agonizando sozinha. Eu já não dormia, cochilava atenta, acordava assustada. De manhã, olhava desde a porta do meu quarto: tinha um movimento? sinal de respiração? E andava a passos leves, rápidos e angustiados, até tocar-lhe a face, sentir o calor nas mãos.
Após um rápido lanche para o Apolo e despachá-lo para a escola, ia levantá-la. A sua toalete, calmamente. O cabelo pouco, fino e ralo, branquinho em prata, penteado e preso. O café da manhã difícil, com a tosse de uma semana, cansando-a à exaustão. De volta à cama, colchão d'água para dar mais conforto, e difícil descanso com a tosse incômoda, o ar faltando, o sufoco .
Foi a manhã, e vamos para a mesa. Almoço pouco, comia como um passarinho. Comeu como sempre, diria até, com gosto. E então, desfalece na cadeira. Desmaio, a Mery, que me ajuda a cuidar dela, diz. Não, eu afirmo, ela nunca desmaiou. Colocamos na cama, pálida. Seguro seu pescoço com ambas as mãos, ergo a cabeça facilitando a passagem do ar e peço: "respire, força, respire"... E ouço o último som, o último suspiro. O corpo inerte...
Sabe por que dói tanto? Porque nunca ninguém te disse: amparar a mãe, na hora de sua morte, é a tarefa mais difícil que qualquer filho tenha que realizar um dia... Porque ela descansou, não foi sozinha à noite, mas foi ali, na minha frente, cabeça ampara pelas minhas mãos. E assim, vc sem poder fazer mais nada, vc não faz nada, vc sente que pôxa, ela foi, e eu, o que fiz? eu, o que fiz, se ela foi...
Revi hoje o Dr. Siderley, médico da familia, amigo que esteve no momento seguinte atendendo nosso chamado, e conversamos. Essa dor, esta angústia, este peso do "nada fiz" foi aliviado pelas palavras dele: o último sopro é o momento exato em que a alma se liberta, deixa o corpo, vira luz. E neste momento, na partida, ela não estava só.
Então, agora, ela é LUZ!
Apolônia

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Recebi esse texto de uma amiga muito querida, a Apolonia Grade, uma bióloga que mora lá no norte de MT, divisa com o Pará, a propósito da morte de sua mãe, ocorrida há poucos dias. Me emocionei e derramei algumas lágrimas.

A Apolonia é a autora da foto de minha mãe que correu a Internet, há pouco mais de um ano quando D. Amélia "se foi". É a foto que estampei aqui no Blog, dias atrás.

Repassei esse texto da Apo também para as listas de discussão Orquídeas-Mundo Orquidófilo, Cactos e Suculentas, Mundo das Bromélias, Amantes da Jardinagem e NESO.

Abração.



terça-feira, março 04, 2008

VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO BEM MODERNO


Existe uma forma muito atual de comunicação: a “porta de geladeira”. É um meio de comunicação não incentivado pelo governo por suas características de informalidade, o que dificulta a cobrança de ICMS, ISS, PIS e Cofins sobre ele, o que já vem sendo cobrado nas contas de telefone, por exemplo. Mas, estão tentando enquadrar...

“Porta de geladeira” consiste em deixar um bilhete para alguém num papelzinho qualquer, preso à porta da geladeira (do lado de fora, lógico!) com um desses imãs de geladeira. Pode ser qualquer imã. Desde aqueles de propaganda de farmácia até os mais sofisticados, com a figura de um pingüim. O destinatário, ao passar em frente à geladeira vê o recado pregado à porta, lê, responde com outro bilhete ou toma as devidas providências, se for o caso.

Por exemplo: a pessoa trabalha fora o dia todo e a faxineira vem limpar o apartamento no horário das 10 às 13 horas. A pessoa deixa um recado preso à porta da geladeira:

“Filó, a cozinha está um lixo. Deixe tudo brilhando.”

A Filó responde com outro recado:

“Fui contratada para limpar sujeira normal. Você promove orgias em seu apartamento. Limpe esse lixo você mesmo!”

Lá em casa, o Adriano tinha os horários mais estapafúrdios possíveis, o que tornava difícil encontrá-lo em horários normais. Ou, quando estava em casa, estava enterrado em seu computador, trancado no seu quarto. A comunicação normal, dessa forma, era bastante difícil. O que resolvia era a “porta de geladeira”. O inconveniente é que mesmo as pessoas não diretamente envolvidas acabavam lendo suas mensagens. E, participando das mesmas.

Na mudança, encontrei uma série de bilhetes trocados à porta da geladeira e que ficaram guardados, da época em que ele ainda não tinha mudado para seu próprio apartamento.

Vejam essa sequência:

Adriano: “Mãe, fui jogar boliche com o pessoal. Beijos, Eu. PS - preciso de dinheiro pro fim de semana.”

Pai: “Que coincidência!!! Eu também preciso de dinheiro pro fim de semana. Pai”

Adriano: “Pai. Se você também precisa de grana, então siga meu conselho: pede pra mãe. Pra mim funciona sempre!!! Beijos, Eu”

Pai: “Quando é pro filhinho ela sempre arranja dinheiro! Como era pra mim, ela disse que não tinha! Pai”

Adriano: “Pai, você tem que entender que é com esse tipo de ação que a mãe prova que é uma alma boa e caridosa. Sabe como é... Me dar dinheiro... Ajudar velhinhas a atravessar a rua... Casar com você... Atitudes que a tornam digna de beatificação. Orgulhemo-nos, então!!! Beijos, Eu”

Pai: “Meu chinelo ficou esquecido no sítio só porque não era o chinelo do filhinho!!!”

Adriano: “Pai, na verdade a mãe não esqueceu seu chinelo... Sabe como é, ela precisava de algo para vender pra poder me dar o dinheiro! Falando nisso, você não tem sentido falta de umas camisas suas, não? Beijos, Eu”

Bem que já disseram que é uma família muito doida, mesmo!

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PROBLEMAS COM O RELÓGIO

Outro dia terminou o “horário de verão”. Fui atrasar meu relógio e começou meu drama. O pininho que muda data e horas saiu na minha mão. Resultado? Meu relógio está marcando uma hora a mais. Às vezes, distraido, tomo cada susto ao olhar as horas! Imagino, sempre, estar uma hora atrasado.

O pior mesmo foi na passagem do dia 29 de fevereiro para 1º de março. Não deu para acertar. Assim, meu mês de fevereiro durou exatos 31 dias. E, agora, no dia 4 de março, meu relógio ainda marca o dia 2 de março. Dois dias atrasado e uma hora adiantado. Já pensaram?

Bom, no final deste ano, quando voltar o horário de verão, não precisarei mexer no relógio. Ele já estará em ordem. Ao menos quanto às horas.

Por outro lado, considerando que a cada mês de trinta dias ele atrasará mais um dia, e com a ajuda dos meses de fevereiro, mais curtos, exceto fevereiro de 2012, ano bisexto, cheguei à conclusão que, se eu esperar até março de 2013, meu relógio voltará à normalidade na questão dia.

Tem o inconveniente do meu “horário de verão” que passa a ser eterno, mas acho que vou esperar março de 2013. Afinal, a grana anda curta.

É isso aí e... Ops! Mas no final de abril de 2013 ele ficará com um dia de atraso, novamente.

Ééééééééé!!! Não tem jeito! Vou mandar consertar o relógio. Desculpem passar para vocês esses cálculos feitos por gente que parece não ter coisa mais útil para fazer.

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COMENTANDO UM BLOG: BLOG INTERATIVO

Hoje quero comentar um blog muito interessante. Trata-se do Blog “LINO RESENDE”
( http://www.linoresende.com.br/blog/ ). Meu amigo Lino costuma comentar temas atuais. Hoje, por exemplo, está falando dos alimentos com mudanças genéticas e de remédios com mudanças genéticas. Comentários muito bem feitos, embora, aparentemente, nada traga de novo. Mas, e aí é que vem a diferença para outros blogs que, também, cuidam de assuntos da atualidade. O Lino apresenta o tema de tal forma que as pessoas sentem-se impelidas a comentar e colocar posição. Com isso, acabamos tendo um assunto muito bem desenvolvido pelo Lino e por todos os leitores. É por isso que eu o considero um blog interativo. Além disso, o Lino costuma dirigir interessantes pesquisas, como a atual: “Qual seu tipo de inteligência?”, nas quais as pessoas vão votando e se têm, no final, um perfil dos frequentadores da página. Enfim, um blog feito com muita inteligência e propriedade. É um dos meus preferidos e por isso está na minha relação de links. Não deixem de conferir.

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Abração a todos.