sexta-feira, março 25, 2011

NEM TANTO AO MAR, NEM TANTO AO RIBEIRÃO!

Pessoal,

Vejam só! Na última postagem, falei sobre as dúvidas existenciais de meu primo Aparício. Pois não é que ele ficou mais famoso que eu? Os leitores do meu blogue é que começaram com o entusiasmo. Agora, com a fama, primo Aparício já decidiu: será candidato a prefeito em sua cidade lá do interiorzão. Além disso, quer fazer um filme de sua vida, contracenando com a Anne Hathaway.

“É isso, primo. Garanto que depois ela vai me presentear com um monte de bonequinhos do tio Oscar dela, como aqueles que ela distribuiu prum monte de gente.”

“Primo, ela está no Rio de Janeiro.”

“Rio de Janeiro? Diz prá ela vir me visitar no sítio que eu preparo um leitãozinho pururuca prá ela.”

Bom, eu não queria contar aqui, mas vou ter que contar. A fama dele me obriga.

Primo Aparício é pescador. Verdade! E dos bons, segundo ele. Outro dia ele me contou uma pescaria no ribeirão que passa no fundo do sítio.

“Prá começar, pesquei uma tainha de dois quilos...”

“Primo, uma tainha no seu ribeirão?” Ele não me escutou e continuou a história.

“Mas era uma tainha pequena e eu a coloquei inteirinha no anzol, prá servir de isca prá peixe maior. De repente, senti uma fisgada brava. Esperei um pouquinho e comecei a puxar. O peixe era enorme e não queria vir. Eu puxava ele pro meu lado, ele me puxava pro lado dele. Eu puxava ele pro meu lado, ele me puxava pro lado dele. E assim foi até que ele cansou e eu consegui puxá-lo prá fora da água. Era um tubarão enorme!”

“Um tubarão, primo? No seu ribeirão?”

“Você nem imagina o que tem de peixe bom lá no ribeirão! Mas o bom é que o tubarão não veio sozinho. Dentro do buxo dele, tinha dois dourados e três pintados de 20 quilos cada um, inteirinhos. À medida em que eu ia puxando ele ia engolindo tudo quanto era peixe que passava pela frente dele. E foi assim que eu pesquei seis peixes em uma fisgada só.”

“Espera, primo. E a tainha que você usou como isca, também não estava inteira? Com ela são sete peixes de uma só vez.”

“A tainha estava inteira, mas ela eu não conto.”

“Por que, primo?”

“É que com ela vai dar sete peixes e sete é conta de mentiroso. E eu não sou mentiroso!”

É verdade! Tenho que admitir. Se fossem sete peixes em uma única fisgada, eu iria duvidar do Primo Aparício.

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Gentes, essa historinha, embora em versão um pouco diferente, já me havia sido contada por meu compadre pescador Antonio Prenholato, de Brasília e foi utilizada como "causo" contado em várias apresentações do grupo Família Jacaré. Para quem não sabe, o Família Jacaré era (eventualmente ainda é) formado por um avô, uma avó e duas netas, dois pais, duas mães e três filhas, dois maridos e suas duas esposas (uma cada um!), duas irmãs, um sogro, uma sogra e um genro. Enfim, somos um sexteto composto por vinte parentes. hehehehehe


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A dúvida que fica: quem seria o pescador mentiroso: primo Aparício ou compadre Antonio Prenholato? Ou será que os dois falaram a verdade e eu, que estou duvidando, é que sou o trouxa? Sei lá!

Abração,
JF

sexta-feira, março 18, 2011

DÚVIDAS EXISTENCIAIS

Primo Aparício é uma pessoa estranha. Nasceu e cresceu em cidade bem pequena e veio para a metrópole já adulto. Até que ele tem um certo grau de estudo, mas não acredita em tudo que dizem a ele. Vocês sabem que ele não acredita que um homem pisou na Lua? Pois é isso. Não acredita e pronto. Não adianta querer explicar a ele.

O recente terremoto no Japão deixou-o desolado. Mas, ao mesmo tempo em que se preocupou  e se solidarizou com as pessoas, outras preocupações tomaram conta de sua mente.

“Primo Jota! Tão dizendo que o eixo do planeta foi alterado. A Terra inclinou mais um bocadinho! Desse jeito, nós que estamos mais ao sul, quando a terra girar meia volta, nós estaremos mais ao norte, mais perto da linha do equador, que aliás eu nunca vi, e mais perto do sol. Vai aumentar o calor prá nós!”

“Primo, não é bem assim...”

Ele não me deixou terminar. Quando primo Aparício engata uma marcha, só ele fala.

“E a hora? Tão dizendo que a Terra começou a girar mais rápida e o dia dura um milionésimo de segundo a menos. Além de ter de acordar mais cedo, não sei como acertar meu relógio, já que as vinte e quatro horas do dia não duram mais vinte e quatro horas e meu relógio é dos antigos.”

“Mas, primo...”

“O pior de tudo, primo Jota, é que o terremoto deslocou o Japão dois metros e meio em direção à América. Dois metros e meio! Desse jeito, logo eles nos alcançam!”

E aí Primo Aparício parou de falar e se encerrou em si mesmo. Não adiantava falar nada. Ele não ouviria e...

Gentes, Primo Aparício me deixou preocupado. Será que ele está com a razão? Por via das dúvidas, já vou me inscrever em um curso de japonês. Vai que amanhã ou depois, ao acordar, eu descubro que Tóquio encostou em Itatiba e eu passei a ter uma porção de japoneses sorridentes como vizinhos?
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Pessoas, o http://eeepa.blogspot.com/ mudou de aparência. A Lu (minha filha, hehehe!) fez um desenho novo para a abertura do blogue e postou mais uma de suas histórias. Vale uma conferida.
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Sayonará!
JF

quarta-feira, março 02, 2011

AINDA O VELHO COLÉGIO

Nestes últimos dias, com a proximidade do jantar de confraternização pelos 50 anos da formatura no curso clássico do Colégio São Luiz, tenho lembrado de algumas histórias daqueles tempos de passado tão longínquo e, ao mesmo tempo, um passado sempre presente na memória.

Outro dia contei a história da contusão que me "tirou" da seleção brasileira do mundial de 62. Hoje vou contar duas histórias do Miguel.

O prédio ainda era o antigo casarão da avenida Paulista, 2324, cuja fachada pegava quase toda a quadra, entre as ruas Bela Cintra e a Haddock Lobo, apenas limitado pela igreja, na esquina da Bela Cintra. Evidentemente, isso foi em uma época em que o casarão, do final do século 19 ou início do século 20, não estou certo, ainda não tinha sido derrubado na calada de uma noite, para evitar protestos de saudosistas.

Durante uma aula de física, do Padre Fortuna, velhinho amigo da turma e que tinha uma prótese de madeira em uma das mãos, por tê-la perdido em uma experiência de laboratório, o Miguel pediu licença para ir ao banheiro.

Enquanto ele estava "lá fora", uma tremenda explosão sacudiu o velho prédio.

Gentes, minutos depois surge o Miguel, mais branco que papel branco lavado com um bom alvejante e, inclusive, com um tremendo zumbido noo ouvidos. Enquanto êle estava "lá", pensando na vida em um dos reservados, se é que vocês me entendem, alguém entrou e colocou uma tremenda bomba em outro dos reservados do banheiro. Precisamente como previa e pretendia o autor, a bomba explodiu. E que explosão! Derrubou todos os azulejos do reservado, além de destruir a bacia. Isso com o pobre do Miguel devidamente acomodado dentro de outro reservado.

Mas, o que marcou mesmo o momento, foi o comentário do Padre Fortuna ao ouvir o estouro:

"Puxa! O Miguel estava mal, mesmo!"

Mas, o Miguel gostava de aprontar. Lembram que eu falei no Luiz "O Forte", halterofilista fanático, grande amigo de todos, e que fazia parte da inexpugnável zaga da seleção de futebol da classe? Aquela zaga que deixava passar todas as bolas, mas nenhum jogador adversário? Pois o Miguel desafiou o Luiz para uma luta de "Braço de Ferro". É assim: Os participantes ficam um de frente para o outro, com os cotovelos apoiados em uma superfície plana, em geral uma mesa, um pega a mão do outro e procura, sem tirar o cotovelo da superfície em que se apóia, puxar o braço do outro para a esquerda. Vence aquele que fizer o braço do outro, em sua totalidade, tocar na superfície. Evidentemente, o Miguel não teria a mínima condição de vencer o Luiz. O rapaz era forte, mesmo! A notícia do desafio correu o colégio. Na hora do recreio, veio todo mundo assistir à derrota massacrante do Miguel. Lógico que, por folia, a imensa maioria dos assistentes torcia pelo Miguel, enquanto uns pouquíssimos faziam as vezes de torcida do Luiz. Começado o jogo, ao contrário do que se poderia imaginar, o Miguel, firme e inamovível, conseguia sustentar o braço do Luiz e não caia. E o Luiz, cada vez mais ia ficando vermelho pela força cada vez maior que ia empregando. E o Miguel, só sustentando posição, com um leve sorriso trocista na boca, o que deixava o outro ainda mais furioso. E O Luiz fazia força! E o Miguel, firme como o rochedo de Gibraltar. E o povaréu já chegava ao delírio!

Bom, o Miguel lutava vestido com uma camisa de mangas compridas, abotoada nos punhos, e, ainda por cima, vestia um paletó, embora eu não lembre se era um dia frio. Escondido pelo punho abotoado, o Miguel tinha uma ponta de cinto presa ao redor do pulso. O cinto avançava por dentro da manga da camisa, atravessava por dentro dela e saia por baixo do paletó, para trás, onde três outros "sócios" seguravam o cinto e faziam uma força dos diabos para conter a força do Luiz. O qual, evidentemente, com tanta gente junta ao redor de ambos, não percebia o que estava acontecendo. Mas, aquela gente toda, que via o que estava acontecendo, estava era se divertindo às custas do pobre halterofilista desavisado que, acho, nunca fez tanta força na vida.

E, assim, heroicamente, o Miguel ia resistindo ao Golias Luiz. Até que o inesperado aconteceu. Um baita de um estalo e o cinto partiu-se em dois, arremessando os três asséclas do Miguel, agora desequilibrados com o repentino movimento, para longe. Logicamente, o Luiz em uma fração de seguno dobrou o braço do Miguel e venceu a luta. Mas vocês precisavam ver a cara dele quando percebeu o que havia acontecido. Era raiva e ao mesmo tempo satisfação por ter vencido daquela forma.

Grandes tempos! Grandes amigos!
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Pessoal, minha filha a Lu Farias, desenhista, ilustradora, voltou a postar seus desenhos no seu blogue específico, o  http://lucianadesenhista.blogspot.com/   Vale a pena dar uma conferida.
 
Igualmente, meu cão beagle, o Eddie Wood, aquele que me obriga a digitar seus textos doidos em seu blogue, está com postagem nova. Deve estar entrando neste momento ou em minutos. Desta vez, ele deixou de lado a sua proverbial (e falsa) modéstia, para falar da Carol, uma menina que tem prazer em recolher cães  abandonados, aqueles que não sabem nem procurar água e comida, e arrumar um novo lar para eles. Uma mensagem bem bonita.  http://edbeagle.blogspot.com/
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Pessoal, este adendo estou colocando após a publicação do post. Não deu para esperar a próxima blogagem, pois refere-se a uma postagem que acabo de ler em excelente blogue.

O Marcos Dhotta edita um blogue muito bom de suas lembranças e, muitas delas, lembranças de todos nós. É o blogue CARÍSSIMAS CATREVAGENS. Gosto muito desse blogue e até tenho o link para ele, aí na relação dos blogies amigos. Vale a pena ser lido e estar na relação de Favoritos. Postagens muito interessantes! A última postagem é uma crônica que precisa ser lida. Nem vou dizer o assunto. Apenas o título: DESMANTELO SÓ PRESTA GRANDE! Confiram! O endereço: http://carissimascatrevagens.blogspot.com/
 
Abração e até à próxima.
JF