segunda-feira, dezembro 31, 2012

UM CONTO DE FIM DE ANO

OS AMELIOS

De tardezinha, a Amelia, mocinha ainda muito novinha, ia depositar o dinheiro da féria do armazém de meu avô lá no Banco de São Paulo S/A, na Avenida São Carlos. Se o italiano soubesse o que se passava no banco... Mamma mia!!!...


No banco, tinha um caixa, novinho, mas bem jeitosinho, que logo botou os olhos na Amélia. E a Amélia, lógico, bem que gostou da história. E a paquera muda continuou por muito tempo. Naquela época não era como hoje. Hoje, na hora, o rapaz chega na garota, nem pergunta o nome, e já vai dizendo: "E aí, mina! Van'ficá?" Isso, se "mina" já não for gíria de passado muito remoto, pois eu não consigo mais acompanhar o desenvolvimento da juventude. Agora, logo ao primeiro olhar, se o rapaz não fala nada, é a própria garota que o convida para "ficar". E ela, também, se esquece de perguntar o nome dele. Hoje em dia, entretanto, esse detalhe parece não ser muito importante.

Mas, naquela época diferente, a troca de olhares lânguidos durava meses! Um dia, ele se encheu de coragem e foi falar com ela. Mas a coragem só dava para isso: falar com ela! Para começar a namorar precisava de muita, muita coragem a mais! Mas a coisa toda estava bem encaminhada. E eu sou uma das provas de que, no final, deu tudo deu certo! Eu nasci, não é mesmo?

Porém, quando os dois se apresentaram, ela entendeu o nome dele errado: Américo. A partir disso, era Amélia e Américo. Até o dia em que ele se armou de coragem, mais uma vez, e disse a ela que não era Américo. O nome dele era Amélio! Aí, ela se espantou: "Mas eu achava que eu era a única pessoa com esse nome!" Não deu outra: casaram-se, em 1939, depois de vários anos de namoro e noivado, também costume, na época.

O primeiro filho, eu, demorou um pouco. Eu nasci na virada do ano, em 1º de janeiro de 1942. Existem algumas tentativas de explicação para essa data. Alguns dizem que minha mãe tomou um susto com o estouro de fogos de artifício que comemoravam o novo ano, e... eu nasci. Às seis e cinco do dia primeiro.

Outros já tem uma versão diferente, minha preferida. Naquela época, começando às 23,45 horas, nós tínhamos, aqui em São Paulo, a famosa Corrida Internacional de São Silvestre. Vinham atletas do mundo todo disputar a prova, que se prolongava até os primeiros minutos do novo ano. Era uma coisa tradicional (que a Rede Globo sepultou, transferindo a corrida para o dia 31, à tarde, em benefício de seus programas de finais de ano, com suas Xuxas e Faustões da vida!). Todos comemoravam a entrada do ano novo, acompanhando, pelo rádio, a corrida de São Silvestre. Lógico que todos torciam pelos atletas brasileiros, mas estes... só foram ganhar, pela primeira vez, já nos anos setenta. E, na virada de ano 1941/1942, mais uma vez, o Brasil perdeu a prova. Aí, para compensar, dando uma imensa alegria a todo o povo brasileiro, eu nasci. Modéstia à parte!

Naquela época (quanta diferença!), só se sabia se era menino ou menina quando a criança nascia. Quando muito, faziam a tal simpatia da agulha para tentar saber o sexo. Mas, a agulha também não entendia muito do assunto. E eu nasci menino! Não tenho nada contra as mulheres! Muito pelo contrário! Mas, não me arrependo de ter nascido menino. A Nina também é favorável ao fato de eu ter nascido menino.

Depois do nascimento, começavam os palpites: "Vai chamar-se Antonio", "Eu prefiro Alfredo!", "Vocês estão doidos? O nome é AMÉLIO! AMÉLIO Junior!". Eu, lá no meu bercinho, vendo toda aquela discussão entre tios, tias, avós, comadres... E já imaginando horrorizado: "Vou ficar conhecido como Amelinho!!! Essa não!" Me dava tal desespero que logo começava a chorar. Aí, minha mãe terminava com a discussão: "Todo mundo prá fora! Ele está com fome e precisa mamar!" E, para sorte minha, meus pais decidiram que eu teria um nome diferente.

Eu escapei do Amélio. Minha irmã, não! Ela pegou o nome Amélia. Só que, como era costume na época, acrescido de um Maria: Maria Amélia! Até que ficou bonito. Eu acho!

Mas, a história nada tem a ver com minha irmã. Voltemos, pois, a dois anos e alguns meses antes de ela nascer. O meu nome! E meus pais resolveram, para o primeiro filho, homenagear meus avós paternos: Francesco e Giuseppina Catharina. Porém, de forma aportuguesada, lógico: Francisco e Catarina.

Novamente, fiquei apavorado com aquela conversa de nomes: "Como irão me chamar?" E, na minha imaginação muito nova, pós-parto, pensei em uma combinação de nomes que me apavorou. Só não fiquei de cabelos em pé, porque nasci careca (acho!). No meu raciocínio, eu não percebia como iriam homenagear minha avó, que só tinha nomes femininos: Josefina Catarina. Eles não seriam tão doidos de darem a mim, um legítimo homenzinho, o nome de Catarina! Ou Josefina! Pensando bem, meu nome nem poderia terminar com a letra "a". O que meus coleguinhas iriam comentar de mim, na escola, embora isso ainda fosse um problema longínquo? E continuei matutando: Francisco Josefina? Nem pensar! Francisco Catarina? Nem sei qual o pior! Aí, no meu raciocínio de recém nascido, pensei: e se eles pegam uma parte do nome do meu avo e outra parte do nome de minha avó e formam um nome novo? Poderia dar certo, desde que a parte do nome de minha avó viesse primeiro, para evitar a terminação em "a" do nome novo. E eu pensei: pega-se uma parte do nome de minha avó: Cata, de Catarina. E, uma parte do nome de meu avô: Cisco, de Francisco. Juntando-se as duas partes, deve ficar original e bonito: Catacisco! Catacisco??? Não!!! Pode esquecer.

Nessa altura, virei para o outro lado e adormeci. Enquanto dormia, sem minha participação, meus pais resolveram meu nome: masculinizaram o nome de minha avó e acrescentaram o nome de meu avô. E foi assim que eu fiquei José Francisco. Muito prazer!

(publicado na lista NESO, de discussão pelo Yahoo, aos 04/06/2005 e, neste blogue aos 08/07/2007)

Na foto de 1935,  os Amélios namorando na praça, em São Carlos/SP.

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A BICHARADA, NO SÍTIO

Como vocês já devem ter notado, gosto muito orquídeas. Além delas, também gosto de cultivar bromélias, cactos, árvores... plantas em geral. Lógico que também gosto muito de animais. Tenho o maior respeito por eles. Desde que não sejam ratos! E nem carrapatos! E nem pernilongos! E nem... esses insetos todos que perturbam a gente. Admiro os urubus, os morcegos, as corujas, e todos esses animais que, injustamente, por falta de maior conhecimento, algumas pessoas lhes atribuem qualidades negativas, agourentas. E respeito as cobras. Só que fico longe delas.  Na foto de hoje, apresento para vocês uma jararaca toda enrolada, em um vaso de uma cactácea, à espera de algum passarinho que ali fosse atrás de insetos. É por isso que tomo muito cuidado quando mexo em meus vasos. 

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É isso, pessoal.

A todos vocês e às suas famílias, desejo um 2013 muito feliz.

Até o próximo ano e um abração.
JF

segunda-feira, dezembro 24, 2012

O PRIMEIRO NATAL DO PAPAI PAULO NOEL


Não. Não é o Papai Noel que vocês pensam. Esta é a história do Papai Paulo Noel.

Tudo se iniciou ainda no início dos anos setenta, quando as crianças eram bem pequenas. Naquela época, ainda na casa velha, Paulo, meu cunhado, resolveu vestir-se de Papai Noel e fazer a distribuição dos presentes, na passagem do dia 24 para o dia 25 de dezembro. Não esqueço a expressão das crianças ao verem chegar o bom velhinho. Foi uma emoção tão grande, para todos, que acabou virando uma tradição, aqui no sítio. Todos os anos o Paulo veste-se de Papai Noel, para alegria das crianças, agora os netos, dos adultos que eram as crianças da época, e dos adultos que já o eram então. 

Neste ano, pela primeira vez, minha mãe não mais estará fisicamente se divertindo com a brincadeira. Mas, lá do céu, com muita ternura, certamente ela estará acompanhando e abençoando tudo e todos.

No início, o Paulo precisava de travesseiros dentro da roupa, imitando a barriga do Papai Noel. Mas, nem sempre foi assim, Anos houve em que o travesseiro tornou-se dispensável. Com ou sem travesseiro, entretanto, é o mais perfeito e alegre Papai Noel que se possa imaginar.

Mas, vamos ao primeiro Natal do Papai Paulo Noel.

Como eu disse, ainda era nos tempos da casa velha. Hoje, está tudo muito diferente, tudo calçado em volta dessa e das outras casas que se construíram no sítio. Mas, naquele tempo, era tudo terra. Não tínhamos os caminhos calçados, como hoje. E como chovia, naquele tempo! E, com a chuva, ao redor da casa, formava-se um lamaçal.

Lá pelas onze da noite, família toda reunida na sala à espera do Papai Noel, o nosso Noel tupiniquim sai pela porta dos fundos, às escondidas, para dar a volta e chegar de forma triunfal e inesperada, ao menos para as crianças, pela porta da frente da casa.

Mas, chovia. E como chovia! Papai Paulo Noel precisou sair de casa segurando um guarda-chuva com uma mão, enquanto a outra mão segurava o saco de presentes pousado em suas costas.

Além da chuva, ainda havia o problema de precisar andar no meio da lama. Nada que um bom par de botas não resolvesse, embora elas ficassem imundas.

E lá se foi Papai Paulo Noel, intrépida e garbosamente, sob chuva e em meio à lama, a caminho da porta da frente da casa.

Porém, um perigo esperava o bom velhinho, do lado de fora da casa. Os cães ladradores: o Toy e o Perigo. Nomes bem sugestivos para dois autênticos "vira-latas", não é mesmo? O Paulo bem que havia lembrado deles, mas eram dois cães mansos e não iriam representar qualquer problema. Assim deveria ser se os cachorros soubessem que não deveriam representar nenhum problema! Mas, não sabiam. E que reação vocês imaginam que podem ter dois cachorros, numa noite de chuva, escura, ao se depararem com um estranho balão vermelho amassando barro e avançando em meio à chuva? Lógico! É isso aí. Apesar de não serem touros, avançaram latindo para cima do atônito Papai Noel carmesim que, nessas alturas, não sabia se saia correndo largando o saco de presentes no meio da lama, se voltava para dentro de casa pela porta dos fundos, se chamava a polícia... Por sorte, o pavor infundido aos cães foi maior que a coragem deles. Chegaram perto mas não avançaram o sinal. Com isso, Papai Paulo Noel, todo molhado e enlameado, pode fazer sua triunfal entrada na sala, para alegria geral.

Depois da entrega dos presentes, tempo suficiente para que a chuva praticamente parasse de cair, e presos os cachorros "devoradores" de papais noeis, Papai Paulo Noel foi até à casa dos caseiros entregar seus presentes. Logicamente, eles não estavam sabendo daquela inesperada visita, à meia noite da noite de Natal.

A casa estava fechada, mas havia luzes na sala. O Paulo bateu. Depois de alguns instantes, uma voz vinda do lado de dentro perguntou:

"Quem é?"

Ora, quem poderia ser? O Paulo respondeu:

"É o Papai Noel!"

O caseiro, ao que parece, duvidou. Mas abriu para conferir.

Gente do céu! O caseiro já havia, digamos assim, tomado todas as que tinha direito e mais as que não tinha direito, também. Melhor explicando: estava completamente "de fogo". E vocês sabem que pessoas nesse estado demoram muito a compreender o que está acontecendo. Muitas vezes, não chegam a compreender nunca. O espanto dele ao abrir a porta e dar de cara com Papai Noel foi uma coisa inenarrável. Com certeza, se não acreditava, a partir daquele momento passou a acreditar na existência do bom velhinho.

Algum tempo depois, ele saiu do sítio e nunca mais tivemos notícias dele. Mesmo assim, estou para dizer que ele acredita em Papai Noel até hoje. E, nas rodas de botequim, entre uma pinga e outra, ele deve dizer aos amigos:

"Papai Noel existe. Eu juro! Meninos, eu vi com estes olhos que a terra há de comer."

(republicação de texto original de 26/12/2007, neste blogue)

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A bicharada que aparece aqui no sítio, como se diria antigamente,  "não está no gibi". Seguindo o conselho de minha amiga Apolônia, lá de Alta Floresta/MT, a máquina fotográfica está sempre a postos.  E, assim como ela, vou fotografando o que aparece. Verdade que não tenho, como ela, jacarés na porta da cozinha. E nem  jiboias soltas fazendo o papel de cães de guarda.  Mas, me contento com o que temos por aqui e, algumas vezes, acontecem supresas. Como esse sagui albino que consegui fotografar em uma árvore bem aqui na frente da janela do meu escritório. O bichinho tem dificuldade de visão. Assim, às vezes, ao pular de um galho para outro acaba caindo no chão. E foi essa dificuldade que fez com que eu conseguisse me aproximar bem e fotografá-lo.

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Feliz Natal a todos os amigos e seus familiares. E um 2013 com muita paz, saúde, realizações. E que vocês consigam ganhar a megasena acumulada. São os nossos votos.

Nina e JF. E mais a Lu, o Vagner, a Juliana e a Vanessa, o Adriano e a Fabi. E o Eddie Wood (Ed para os íntimos), lógico.

Atá à próxima.


segunda-feira, dezembro 17, 2012

PIRRALHINHA



Ele tornou-se amigo de seu irmão e freqüentavam as mesmas festinhas. O irmão a levava, mas ele, até agora, não lembra exatamente de quando se conheceram. Pudera, ele já tinha 20 anos e ela era uma pirralhinha de 14 anos, falante, barulhenta, mal saída de sua infância.

Ele estava de olho na gata de olhos verdes, pouca coisa mais nova, mas da mesma idade. E saiu o namoro. Brigas e mais brigas que levaram ao rompimento definitivo, depois de quatro meses. Foi sorte! Se tivessem continuado, hoje um estaria na prisão e o outro coberto por sete palmos de terra, no cemitério. Sem que se saiba exatamente quem estaria onde.

Por sua vez, ela começou um namoro com outro amigo do mesmo grupo, namoro esse logo interrompido.

E o tempo foi passando, eles se vendo nas reuniões da turminha, todos os finais de semana. E batendo papo. Na verdade, ela, a extrovertida, falando e ele, o tímido introspectivo, escutando.  À medida em que iam se conhecendo melhor, já não viam a hora da chegada dos finais de semana para se  verem e conversarem.

Aí, aconteceu. 1964, 14 de dezembro. Ele telefonou:

“Você quer namorar comigo?”

“Se quero!!!”

Na última 6ª feira (14), eles completaram 48 anos de namoro. Lógico que, durante esse tempo, casaram, tiveram dois filhos, têm duas netas, sem esquecer os quatro cachorros: Chinita, Belle, Rakam (O Terrivel) e o atual Eddie Wood (Ed, para os íntimos) . Brigas? Lógico! Porém, nunca levantaram a voz um para o outro. Nunca se chamaram de bobo (a) ou qualquer coisa um pouco mais séria. Sempre muito respeito e carinho. É por isso que Franjinha e Cebolinha seguem namorando ainda por muito tempo. 

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MAMÃE SABIÁ


Maria Rita é uma amiga muito querida que mora no Rio de Janeiro e tem sua casa de campo em Paty do Alferes/RJ. É em Paty que cultiva suas orquídeas e todas as outras plantas. Além das plantas, Maria Rita gosta de fotografar: viagens, momentos, tudo! E está tudo lá no seu cantinho
     http://www.flickr.com/photos/29270995@N05/

Na foto ao lado, feita pela Maria Rita lá em Paty, Mamãe Sabiá posa, enquanto choca seus ovinhos.


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Nesses próximos dias, família toda começa a chegar ao sítio para Natal e Ano Novo. Mais uma vez, reunião com muita alegria, muita paz e muita música. Se alguém quiser ver o "Família Jacaré" cantando, é só aparecer.

Um feliz Natal e um ótimo 2013 para todos.

Abração,
JF    



domingo, novembro 25, 2012

A VEZ DA GATA BORRALHEIRA


Gata Borralheira é uma menina pobre, nascida em São Paulo, que resolveu ir lá pras bandas da Bahia. Dizem que o sol de Amaralina é mais sol que o sol de Santos. Pode ser! Afinal, nos finais de semana, é tanto paulistano que desce para a Baixada que as areias santistas ficam congestionadas e, para cada um, sobra apenas uma pequenina parcela do sol e um pouquinho de areia para sentar. Fora o cheiro de xixi da água do mar..

Mas, para viver na Bahia, passar o dia na praia de micro biquini, comer acarajé, ir às baladas, seguir o trio elétrico, são necessários reais. Bastante reais!

Bem, a vida está dando certo para a amiga Branca de Neve, que, por um bom dinheiro, vendeu sua virgindade para um velho japonês. Verdade que não conseguiu iniciar a carreira de modelo na Fashion Rio.  As demais modelos, além de a acusarem de prostituta, coisa que elas não são, ameaçaram não à ir à passarela se ela também desfilasse. Teve que sair às escondidas, por uma porta dos fundos, pois o público, em solidariedade às modelos, lhe dirigiu uma grande vaia. Que chato! Mas, isso foi apenas um pequeno contratempo, já que a negociação com a Playboy, para aparecer na edição de janeiro próximo, e com direito a ser a capa da revista, está bem encaminhada.

E foi assim que Gata Borralheira se decidiu. Já lançou, também, na internet, o leilão de sua virgindade. A moda pegou! Agora, é só aguardar a aparição de algum outro velho japonês disposto a pagar. Depois, é só seguir carreira como a amiga Branca e aguardar o passo seguinte: aparecer na Playboy. Verdade que, depois desse, o passo seguinte precisa ser muito bem pensado. Essa história de casar, por um ano, com jogador de futebol anda um tanto complicada. Eles não são assim tão confiáveis. Ou eles passam a andar com travestis, ou eles dão sumiço no corpo das eleitas descartadas. Muito chato!

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Abração e até à próxima
JF
      

terça-feira, novembro 06, 2012

MULHERES!!!...


Quando comecei a namorar a Nina, ela tinha dezesseis e eu tinha vinte e dois anos. É óbvio que terminei de criá-la, não é mesmo? Pois é! Só que, agora, qualquer coisinha e ela já diz:

“Não reclame! É defeito de criação!!!”

Como é que pode? Lógico que eu a criei direitinho. O problema é que ela sempre foi rebelde.

Bom, dia desses, estávamos vendo TV e passou o comercial do Voyage, da VW. Sabem qual é? Aquele em que os dois carinhas estão na porta do restaurante esperando os manobristas trazerem os carros, enquanto aguardam as esposas voltarem do... do... da “toilette”, ora.

Um pergunta para o outro:

“Vem cá! Você não sente saudades dos tempos de solteiro?”

“Ôôôôhhhh!”, responde o outro.

Gentes, eu lá distraído e ela me vem com a mesma pergunta:

“Você sente saudades dos tempos de solteiro?”

Eu juro prá vocês que entendi “dos tempos de romeiro”, da vez em que fui a Aparecida do Norte. É verdade! Podem crer!

“Ôôôôhhhh!”

Bom, depois de uma longa passagem pelo Pronto Socorro, estou quase recuperado. Só que o comercial do VW Voyage rendeu assunto. Ela achou que estava na hora de trocarmos nosso carro. Fui lá fora e lavei nosso Voyage. Agora, com a aparência de carro novo, ela está mais calma. Mas, como sei que ela está pensando no assunto (ela não se deixa enganar por uma simples maquiagem), resolvi  tomar uma atitude. Fui ao banco falar com o gerente:

“Quero entrar num plano de consórcio que não seja muito caro e que não me pese muito.”

Ele me olhou, coçou a cabeça, pensou um pouco (gerentes não deviam conhecer a situação da C/C dos clientes), e, finalmente, puxou uma tabela da gaveta e me disse:

“Acho que tenho alguma coisa prá você. Treze reais e setenta e nove centavos, em 60 meses.”

Fechei! O tipo do consórcio que cabe direitinho no meu bolso de aposentado. Mas a Nina duvidou e quis ver a papelada.

“Espera aí. Isto é um consórcio de bicicletas!”

“Sim! Mas não é de qualquer bicicleta. É uma Caloi! Você ficará confortavelmente sentada no quadro da bicicleta, enquanto eu pedalo.”

Pessoal, a turma da Santa Casa é sensacional. A enfermeira até me emprestou este notebook pelo qual estou encaminhando esta postagem.

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“LIBERTE” AQUELE LIVRO

Sabe aquele livro que você tem parado na estante e que nunca mais irá lê-lo? Faça a “libertação” dele.
5º Bookcrossing Blogueiro, de 08 a 16 de novembro de 2012. Saiba mais no endereço  http://bit.ly/bookcrossingblogueiro. Ou, então, através do blogue da Luma  http://luzdeluma.blogspot.com.br/ .
Como funciona? Você coloca, dentro de um livro, um recado do tipo: “Este livro foi deixado aqui para que você tenha oportunidade de o ler. Pode levá-lo e aproveite o seu conteúdo. Divirta-se com ele.”

Em seguida, você o deixa em algum local público: um banco em uma praça, um banco de um ônibus...  Até no interior de uma igreja.  Não importa o local. O importante é que ela esteja visível e seja facilmente encontrado por alguém que poderá levá-lo, sem culpa, e que terá a oportunidade de o ler. Pode acreditar.

O livro ficará grato a você. E alguém que poderá lê-lo, também.

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Abração a todos e até à próxima postagem.

JF

segunda-feira, outubro 01, 2012

BRANCA DE NEVE E OS SETE PICARETAS


Gentes,

Hoje, eu irei narrar uma versão mais moderna da história da Branca de Neve e os sete anões. É óbvio que é tudo ficção. Nada a ver com a realidade. Qualquer coincidência é mera coincidência não intencional, mesmo. E vamos lá.

Era uma vez sete anõezinhos que exploravam algum tipo de negócio escuso, bem lá no meio da floresta. Os negócios não iam lá muito bem, pois o IBAMA entendeu que eles estavam derrubando árvores de “mata atlântica” e lascou-lhes uma tremenda de uma multa. Mas esse não era o seu principal problema. Seu drama era Branca, a feitora, que vivia com eles em regime de “Dona Flor e seus sete maridos”. Branca gostava de gastar dinheiro em Shoppings. Vai  daí que, quando um bando de “sem terras”, aliados ao PCC e a alguns políticos, apossou-se da mina de diamantes dos anões, secando-lhes a fonte de dinheiro, Branca mandou a gurizada às favas e tratou de procurar fonte segura de copioso dinheiro.

Mas, o que fazer nestes tempos de crise em que o dinheiro anda curto? Entrar para a política? Não! Muito perigoso! Que o digam os políticos que estão respondendo pelo “mensalão”.

E foi assim que Branca teve a mais original idéia de sua vida: vender sua virgindade! E colocou seu hímen à venda, num site de internet. Desses que vendem de tudo: de CDs a automóveis, de anzóis de pesca a hímens. Levaria seu hímen aquele que mais pagasse. E não é que deu certo? A TV e os jornais, na falta de algo importante a noticiar, encarregaram-se da publicidade volumosa e gratuita. Hordas de trouxas tarados, encantados pela donzela de cabelos negros e pele alvíssima, foram fazendo seus lances. Lógico que Branca pediu pagamento antecipado. E lá ela seria suficientemente besta de entregar seu hímen e ficar a ver navios? Principalmente porque os que fizeram lances eram políticos e vocês sabem como políticos costumam cumprir com o que prometem, não é mesmo?

Dessa forma, com o dinheiro do adiantamento, Branca pode pagar seu cirurgião plástico pela cirurgia de recomposição de hímen, pois os anões de há muito tempo já haviam rompido tudo o que havia para ser rompido, se é que vocês me entendem. O dinheiro serviu, também, para comprar o silêncio dos anões que, a estas alturas, já andavam “arrastando asas” para os lados da Rapunzel. Deu, também, para comprar uma casa para o pai e para a madrasta (que era uma bruxa muito malvada), maravilhados com o desprendimento da donzela.

E Branca tornou-se, oficialmente, uma “não virgem”, endinheirada e com uma promissora carreira pela frente. Nada de príncipe encantado, pois este, a essas alturas,estava indisponível, amasiado com o motorista de um deputado, mas oficialmente livre de seu hímen graças à intervenção e ao dinheiro de “caixa dois”, sobra de campanha, de um político de primeiro escalão, daqueles que habitam Brasília.

E a carreira começou.

A revista Playboy já tem garantida sua participação, com doze páginas e a capa, para dentro de dois meses.

Duas redes de TV começaram uma disputa acirrada para contratá-la. A participação de Branca é garantia de sucesso para qualquer “reality show”. Mas isso deixou-a com um grande problema. E agora? Como decidir? Participar do “A Fazenda” ou do “BBB”?

Mas, como isso é coisa para o ano que vem, Branca já está de malas prontas para mudar-se para a Europa, onde já está de casamento marcado com um famoso jogador de futebol brasileiro que atua por lá. E os planos para esse casamento já estão prontos. Depois de um ano, pedirá o divórcio e receberá dois milhões de indenização por ter entregue um ano inteiro de sua maravilhosa existência a um desmiolado cafajeste que a deixava sozinha, à noite, enquanto perambulava pelas baladas em companhia de umas modelos e de travestis.

E depois da fase européia de sua carreira? Bom, irá casar com um diretor de alguma emissora de TV, talvez dessas de segunda linha, e, dessa forma, terá seu próprio programa de entrevistas. Afinal, um dia, todos precisarão ter uma profissão definida e um trabalho fixo.

Oh, vida!!!
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Abração e até à próxima.

JF

terça-feira, setembro 18, 2012

IN GOD WE TRUST


Quando compro alguma coisa, gosto de me livrar das moedas que ficam pesando nos meus bolsos.  São moedas que vou recebendo de troco e que, sempre que posso, livro-me delas repassando-as no comércio.
Dia desses, surpreendi-me ao encontrar, no meio das outras, uma moeda estampando o perfil de algum antigo, de rabo de cavalo, no valor de “Five cents”, com, entre outros escritos, a frase “IN GOD WE TRUST”. Simplesmente, uma moeda dos Estados Unidos. Ora, não estive por lá recentemente. Aliás, nunca estive. Como é que uma moeda americana apareceu no meu bolso?

Acredito que algum operador de caixa, em algum supermercado ou outro lugar, deve ter recebido a moeda de algum “espertinho” e tratou de livrar-se dela repassando-a a algum cliente que não costuma verificar o troco recebido em moedas. Eu, por exemplo. E foi assim que fiquei “no prejuízo”. Preju? Bom, considerando o câmbio atual, até que acabei ficando “no lucro”, desde que, algum dia, eu possa repassar essa moeda lá nos Estados Unidos.

Mas, não estou aqui para falar de meus sucessos econômicos e sim para contar mais uma aventura do Ferdinando, aquele que não gosta de lavar o carro, da postagem anterior.

“TUDO POR R$1,99 CADA”

Ferdinando gosta de morangos. Como já disse na postagem anterior, não sou o Ferdinando, apesar de também gostar de morangos. Mas,vai daí que, dia desses,  ele passa, na rua, por um vendedor que vendia... sabem o quê? Morangos! Um real e noventa e nove centavos a caixinha.

Hummm!!! Morangos com creme de leite... Ferdinando parou o carro e foi comprar uma caixinha de morangos. Deu ao vendedor uma nota de R$2,00 e recebeu sua caixinha de morangos. E ficou lá olhando para a cara do vendedor. Este, sem entender nada, perguntou se Ferdinando precisava de mais alguma coisa.

“Meu troco! Eu lhe dei uma cédula de dois reais e estou esperando meu um centavo de troco.”

“Mas... Não existem mais moedas de um centavo.”

“Então, por que o senhor vende os morangos por um real e noventa e nove se não consegue as moedas necessárias para dar de troco?”

O vendedor, já vendo que tinha um criador de casos pela frente, respondeu:

“Isso é só um recurso de marketing, para parecer que a mercadoria é mais barata. É melhor que anunciar que custa dois reais.”

“Não quero saber. Quero meu troco!”

O vendedor, já nervoso, retirou a caixinha de morangos das mãos de Ferdinando e lhe devolveu a nota de dois reais. Mas, esperto, já foi dizendo:

“Pronto! Estou devolvendo dois reais pela sua mercadoria de um real e noventa e nove centavos. O senhor me deve um centavo, que sei que o senhor não tem e por isso eu abrirei mão dele.”

Ferdinando, sem entender direito o que estava acontecendo, e sem saber se ganhara ou perdera um centavo, foi embora.

Dia seguinte, Ferdinando passa pelo mesmo vendedor e lá estava anunciado: “Morangos – 1,99 a caixa”. É hoje, pensou Ferdinando. É a minha hora da desforra.

“Quero cinco caixinhas de morangos.” Deu ao vendedor uma cédula de dez reais e ficou olhando, com um sorriso maroto nos lábios.

O vendedor pegou uma nota de dois reais e entregou-a a Ferdinando.

“Opa, o senhor está me devolvendo troco a mais.”

“Não! A promoção é cinco caixinhas de morango por oito reais.”

“Que oito reais? Não me venha com enrolação. Se o preço de uma caixinha é R$1,99, cinco caixinhas custam R$9,95. Quero minha moeda de cinco centavos de troco e tome de volta sua nota de dois reais.” 
Pois não é que o vendedor tinha uma moeda de R$0,05? Pegou a nota de R$2,00 e entregou os cinco centavos ao Ferdinando.

E lá se foi o nosso amigo, todo feliz, para sua casa. Fizera valer seus direitos e obtivera o troco certinho.

O vendedor também ficou feliz, depois de vender as cinco caixinhas de morango por um preço maior do que estava programado.

Mas a Nina, a mulher do Ferdinando (não confundam com a minha Nina, pois é apenas coincidência de nomes), é que não ficou nada feliz. Cinco caixinhas de morangos a serem lavados convenientemente para eliminar os agrotóxicos;  a serem escolhidos convenientemente, pois sempre vem um ou outro estragado;  a serem limpos convenientemente  –  vocês sabem que devem ser extraídas, uma a uma, aquelas partes verdes que vem agregadas à fruta. Além desse trabalhão, precisará ir até o supermercado buscar as caixinhas de creme de leite; precisará preparar o creme de leite. Tudo isso para quê, se o Ferdinando é o único na casa que gosta de frutas? Para ele comer um pouquinho e esquecer a maior parte dentro da geladeira. Parte essa que, depois de algum tempo, será jogada fora porque estragou.

Oh, vida!!!

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Abração a todos, até à próxima.


terça-feira, agosto 21, 2012

DIVERSÃO DE PAULISTANO?


DIVERSÃO DE PAULISTANO?

Pessoal, sei que alguns dirão “é você!”. Não sou! As semelhanças são meras coincidências e a crônica é pura ficção. Juro!

Dizem que distração de paulistano, aos domingos, é lavar o automóvel. Isso é injúria de carioca que tem praia à vontade. Na verdade, nem é tanto assim. Também nos divertimos indo às pizzarias.

Ferdinando, por exemplo. Não gosta de lavar carro. Mas sempre teve uma boa desculpa para isso. Pensem bem (coloquem-se no papel dos ladrões!): se tivessem de roubar um carro, escolheriam um limpo ou um sujo? O limpo, não é mesmo? É por isso que ele não gosta de lavar automóvel. Uma questão de segurança do seu patrimônio.

Só que a Nina (Nina, neste caso, é mera coincidência de nomes relativamente à minha Nina) não pensa dessa forma:

“Trate de lavar esse carro ou eu não saio mais com você!”

Depois dessa, que é que Ferdinando poderia fazer? Em sua casa, sempre foi sua a última palavra. Vai daí que:

“Sim, senhora!” E lá foi fazer a lavagem.

Nada fácil. Uma grossa camada de terra encobria o veículo. Um passarinho havia acabado de fazer suas necessidades, o que adubou aquela terra toda. Estava tudo pronto para fazer uma horta no teto do carro. Ideal para plantar alface, couve, cebolinha, tomate, jiló... Ele só teve medo, mesmo, de que aparecesse um fiscal do CREA querendo saber quem era o agrônomo responsável.

Realmente, estava na hora de lavar o carro. É que, do jeito que estava a sujeira, se ele não fizesse a horta, logo começaria a nascer mato. E, nascendo mato, ele poderia ter problemas se cortasse. Já imaginaram um fiscal do IBAMA multando-o por derrubar “mata atlântica” em regeneração? Essa, não!

Enfim, lavou o carro.

E foi só assim que a Nina (a do Ferdinando, não a minha) concordou em sair com ele no dito cujo veículo recém asseado. E lá foram eles para o supermercado.

Na saída, eis que surge um novo problema: nenhum dos dois lembrava-se da cor original do veículo. E agora, qual é o nosso carro, no meio desse mundo de carros limpos, perguntavam um ao outro.

Voltaram para casa de taxi.

Oh, vida!!!

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Domingo passado fomos a São Paulo. Nossa filha, a Lu Farias ( http://eeepa.blogspot.com.br/ e http://lucianadesenhista.blogspot.com.br/ ), estava autografando mais um livro na 22ª Bienal do Livro de São Paulo. Que orgulho!!! Na ida, Nina e eu paramos em um “Frango Assado” para tomar um lanche. Na saída, a menina do caixa informou o total: R$ 19,20. Entreguei uma nota de R$ 20,00 e uma moeda de vinte centavos. Vocês acreditam que ela ficou atônita (eita palavrinha antiga), como se não soubesse o que fazer e acionou uma calculadora, na tela do computador. Depois de digitar, de certificar-se do quanto havia recebido, devolveu-me uma moeda de R$ 1,00.

Gentes. Sabe-se que a orientação é de que os funcionários calculem o troco em uma calculadora. Mas... Essa conta? Além do que, a menina pareceu estar totalmente em dúvida quanto ao troco. O que está acontecendo? As pessoas estão tão bitoladas que já não são capazes de fazer uma simples conta de subtração?

Aliás, temo pelas bibliotecas. Acredito que em pouco tempo todas serão transformadas em museus. Museus de Livros! Não é incrível? Quem ainda vai a uma biblioteca pesquisar, hoje em dia, se tudo já está devidamente pronto na Internet?

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Abração a todos e até à próxima.
JF



terça-feira, julho 03, 2012

SOBRE GALOS E GALINHAS


Talarico entrou no elevador. Dentro, já se encontrava a boazuda do 907. Aquela que, depois que pegou o marido no flagra, não propriamente com outra, mas...  

Foi assim: ela havia saído para fazer as compras no supermercado. Quando chegou à garagem do prédio, percebeu que havia esquecido as chaves do carro e voltou para trás. O marido não havia perdido tempo e já estava na cama, como já disse, não com outra. Era com outro! E justamente o faxineiro do prédio. Foi um escândalo. O faxineiro foi mandado embora, assim como o marido. O zelador, fofoqueiro por vocação, contou para todas as domésticas, deixando bem claro que era segredo. Mas, as patroas todas acabaram sabendo o segredo e, daí, a notícia ganhou o mundo, passando, antes pelos ouvidos de todos os maridos existentes no prédio. E acontece que a boazuda do 907 era realmente boazuda e a homarada toda ficou solidária a ela, na esperança de, digamos assim, poder consolá-la. Vocês me entenderam! Pois não é que a boazuda, que antes tinha cara de brava, passou a sorrir para todos os vizinhos homens? Verdade que não passava disso. Mas, como a esperança é a última que morre, e longe de suas respectivas (lógico!), a homarada toda se desmanchava em sorrisos derretidos quando ela aparecia. Só que, em relação ao Talarico, ela, antes tão simpática, passou a fazer uma carranca que desestimulava qualquer pensamento, principalmente os pensamentos anti éticos. Ele, coitado, ficou imaginando o que teria dado errado. Teria uma casquinha de feijão ficado presa bem na frente dos dentes da frente? Será que o desodorante havia vencido?

Pois não era nada disso. O motivo era o galo. O Talarico tinha um galo no apartamento. Verdade! E o maldito galo era mais respeitador de horário que o próprio despertador. Todos os dias, inclusive domingos e feriados, o maldito galo se punha a cantar às quatro da madrugada. Fizesse chuva ou fizesse sol. 

E como é que o Talarico adquirira aquele mico? Fácil! Os filhos, numa festinha de aniversário de crianças, ganharam um pintinho cada um e levaram para casa. A mulher do Talarico ficou em polvorosa. Como é que iriam cuidar de dois pintinhos dentro de um apartamento? Felizmente, o Repolho, o cãozinho da casa, resolveu metade do problema, caçando um dos pintinhos. Mas, o outro se salvou e virou um baita galo, de fortes pulmões, que, às quatro da madrugada, se põe a cantar e a infernizar a vida do prédio inteiro, com aqueles cocoricóóóós intermináveis.
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Gente, o que é que está acontecendo com as mães? Minha sobrinha fez uma festa de aniversário, aqui no sítio, para comemorar os seis anos de idade da filha. Veio uma “van”, de São Paulo, com três monitoras e a criançadinha da escolinha. Foi tudo muito bonito e alegre. As monitoras montaram três barracas bem no meio da sala da casa de minha irmã. Uma barraca para as meninas, outra para os meninos, a terceira para as monitoras. E, assim, as crianças acamparam dentro de casa, longe do perigo de grilos, formigas, pernilongos. Um final de semana inesquecível para muitas das crianças que nunca haviam visto um porquinho, um pônei, coelhos, cabras, vacas. Tudo muito bonito. 

Na saída, cada criança ganhou e levou para casa dois pintinhos. Vocês sabem, não é? Daqueles amarelinhos, bonitinhos, que costumam fazer suas caquinhas em qualquer lugar e, principalmente, com o hábito muito ruim de crescerem e se transformarem em galinhas cacarejantes. Ou em galos cantadores das madrugadas. Minha outra sobrinha, que não viera mas mandara os dois filhos, ligou para a irmã, furiosa:

“Trate de vir pegar esses pintinhos! Como é que eu vou cuidar de quatro pintinhos dentro de um apartamento?”

Gentes, lembro que meus filhos, quando eram pequenos, várias vezes chegavam de festinhas com um peixinho vermelho cada um. Mas, pintinho? Essa não!
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Rosenildo estava meio desconfiado da mulher. A Clotildinha andava um tanto estranha, de uns tempos para cá. “Aí tem coisa e da grossa”, pensava Rosenildo, com seus botões. E foi então que aconteceu.

Rosenildo ouviu um barulho estranho dentro do guarda roupa. Aproximou-se bem devagar, pé ante pé, e abriu a porta de repente. Uma galinha assustada, berrando feito um demônio, saiu esvoaçando de dentro do armário. O coitado tomou o maior susto da vida dele. Fosse um homem e o susto não teria sido tão grande.

“Mulher! Que diabos essa galinha tá fazendo dentro do armário?”

Clotildinha veio lá da cozinha, alarmada.

“Eu sabia que você não iria gostar. De dia ela fica solta pelo apartamento. Mas, à noite, antes de você chegar, eu a tranco aí dentro para você não ver”.

“E que idéia louca é essa de criar galinha dentro do apartamento?”

“Foi a Mariazinha que ganhou de presente em uma festinha de aniversário de amiguinho da escola!”

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Gentes, torço para que nenhum de seus filhos ou netos traga para dentro de suas casas um pintinho. Ou dois! Ou três!

Abração a todos e até à próxima.

JF

   

sexta-feira, junho 22, 2012

ELETRÔNICA? TÔ FERRADO!


Minha amiga blogueira Maray escreveu uma crônica interessante, “Da Constatação da Burrice”, lá no seu blogue “Che Caribe”, na qual ela começa com a seguinte afirmação “Só sei é que nada sei”. Não deixem de ler. Aliás, a Maray escreve crônicas excelentes. Está tudo lá, no   http://www.checaribe.com/  Nessa crônica, a Maray fala sobre dificuldades com as coisas atuais. Depois de ler, fiquei pensando em como eu também tenho dificuldades para lidar principalmente com os aparelhos eletrônicos. E, assim, inspirei-me a relatar algumas dessas dificuldades, na crônica abaixo.

ELETRÔNICA? TÔ FERRADO!

Nestes tempos atuais, em que tudo está ligado à eletrônica, eu me sinto um verdadeiro idiota. Não consigo fazer nada funcionar. O que me espanta é que, se perguntar a qualquer criança, ela vai saber e ainda ficará olhando para a minha cara como se estivesse indagando: “Esse cara veio de Marte?”

Estou com um aparelho celular novo. Nem sei bem de que companhia é. Alguém me falou em TIM. Ou seria TAM? GOL? Na verdade, acho que é Bombril! É verdade! O aparelho tem 1.001 utilidades, se bem que ainda não aprendi a utilizá-lo em porcaria alguma. Só não descobri, ainda, se serve para me comunicar com outras pessoas.

CLARO que VIVO sonhando com alguém ligando e me dizendo: “OI, TIM alguém aí?” Mas, como também não sei o número, não posso informar a ninguém. Assim, não ligo e nem recebo ligações. Acho que vou utilizar meu celular em uma 1.002ª utilidade: peso para papéis. Ou será que isso já faz parte das 1.001 utilidades? Bons tempos aqueles em que telefone era usado apenas para telefonar!

Quando eu ainda morava em São Paulo, tinha no quarto um rádio relógio. Nunca me aventurei a mexer no “coisa”. Aliás, nessas alturas já bem modernosas, eu nem sabia mais se ainda existiam emissoras de rádio. Mas, a Maria sabia. E como!!! Quem era Maria? Maria era uma faxineira que limpava nosso apartamento duas vezes por semana. Nunca freqüentou uma escola. Mas entendia de rádio relógio como ninguém! E quando estava lá em casa, ligava o rádio relógio em uma emissora evangélica. Mas, ligava para ouvir no apartamento inteiro, desde o nosso quarto até a área de serviço (com a torneira do tanque a todo vapor... ou, melhor dizendo, com a torneira do tanque totalmente aberta). Provavelmente, o prédio inteiro ouvia, também. Quando a Maria saia, ao menos tomava o cuidado de desligar a parte relativa ao rádio do aparelho. Mas, a emissora estava lá. Quietinha mas na posição de espera, com a parte relativa ao relógio funcionando direitinho.

Gentes, vocês não podem imaginar o que é acordar, às sete da madrugada, com um pastor, ao lado da cama de vocês, berrando a plenos pulmões, diretamente para dentro dos seus ouvidos:

“IRMÃOOOOOOSSSSSSSS!!!!”

E eu ali, tendo cursado duas faculdades e meia, sem saber como fazer para desligar aquilo!

Agora, aqui no sítio, o rádio relógio foi trocado por um simples despertador. Lógico que é simples porque dispõe apenas de uns poucos recursos: horas, aí incluídos minutos e segundos, mais dia, mês e ano, temperatura... Desconfio que até cotações da Bolsa, se procurar, encontram-se nele. Normalmente, é a Nina quem o acerta para despertar. Só que, às vezes, a Nina vai a São Paulo e me deixa sozinho com o “pesadelo”. Gentes, até que eu consigo armá-lo. Mas, funcionar que é bom, nada! Ou melhor, até que funciona, mas em horas erradas que eu (eu juro!) não marquei. Têm um tal de “AM” e seu irmão “PM” que eu nunca lembro de olhar e que resolvem gozar com a minha cara toda a santa vez que eu preciso mexer no mequetréfio. Aí, o despertador não toca às sete da madrugada, como esperado, e eu acordo às onze. À noitinha, quando começo a ver TV e sem que eu tenha pedido, o despertador resolve dar o ar de sua graça sem graça e toca. Toca às sete da noite!

Mas, agora, descobri um jeito infalível de lidar com o despertador, quando a Nina está em São Paulo. Ligo para ela e peço:

“Me liga amanhã, às sete da madrugada?” Não falha! O telefone (fixo, não o celular louco) funciona direitinho. E viva a era eletrônica sem eletrônica!

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Como vocês devem ter percebido, em blogagens anteriores, meu hobby são as orquídeas. 

São umas 30.000 espécies diferentes espalhadas por todos os continentes, exceto na Antártida. Isso sem falar nas híbridas. Minha amiga Michele Nardi, de Vinhedo/SP, na exposição realizada em Santo André/SP, em março último, fotografou esta Platystele ovalifolia. 

É uma micro orquídea com flores de apenas 2 a 3 milímetros de diâmetro.

Ganhou um prêmio especial, na categoria “Raridades”. Vejam que beleza e que perfeição de flor.

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Neste próximo final de semana, de 22 a 24 de junho, teremos exposição de orquídeas na cidade de Rio Claro/SP, no prédio das Faculdades Claretianas. Trata-se de uma das maiores exposições de orquídeas realizadas no Brasil, com aproximadamente 2.600 plantas pertencentes a centenas de colecionadores. Estarei lá, com dois exemplares de minha coleção.

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Abração a todos e até à próxima postagem.
JF


quinta-feira, fevereiro 02, 2012

GOLPE PRÁ CIMA DOS APOSENTADOS!!!

Pessoal, me desculpem. Hoje não tem nada de engraçado. Voces sabem que não é característica deste blogue tratar de assuntos políticos ou polêmicos. Mas, vez ou outra, me vejo na obrigação de abrir a boca. Abaixo, está o texto de uma carta enviada por mim, hoje, ao Forum dos Leitores, do jornal O Estado de São Paulo. Espero que eles publiquem, integralmente ou, ao menos, no seu principal. De minha parte, estarei divulgando esse texto em meu blogue e em listas de discussão das quais participo. É o seguinte:

"Senhores,

A imprensa vem noticiando casos, nestes últimos tempos, de aposentados que são surpreendidos com descontos de parcelas de empréstimos, em suas minguadas aposentadorias, sem que eles tenham sido beneficiados por tais empréstimos. Aparentemente, já são milhares de casos de vítimas desses golpes. Alguém fica com o dinheiro dos empréstimos e cabe aos aposentados lesados saírem atrás, provando que não receberam o dinheiro, que não têm nada a ver com os golpes. Mas, pergunta-se, quem é que fornece os dados dos aposentados e de suas aposentadorias, para que os estelionatários possam agir?


Minha esposa e eu, ambos aposentados, ainda não fomos vítimas desse tipo de golpe, porém, há tempos vimos sendo atormentados, telefonicamente, por pessoas que se dizem agentes do BMG e de outros bancos de porte pequeno, nos oferecendo intermediação para a obtenção de empréstimos junto à Previdência Social. Eles têm nossos nomes completos, nosso número de telefone, sabem os valores que recebemos a título de aposentadoria, conhecem os valores máximos que poderemos obter de empréstimos consignados, e assim por diante. Ora, quem é que lhes fornece esses dados, que, presumivelmente, são conhecidos apenas pela Previdência Social? Não são dados sigilosos?Será que existem funcionários do INSS envolvidos, ganhando dinheiro com a venda de dados sigilosos e, talvez, envolvidos na aprovação desses empréstimos, a troco de comissão sobre os valores assim obtidos de forma fraudulenta, com características de estelionato?

Tudo isso deve ser uma coisa muito lucrativa, pois só na data de hoje, dia 2 de fevereiro, recebemos três telefonemas de assim ditos agentes do BMG nos oferecendo esses tais empréstimos consignados. Quem está por trás de tudo isto? Quem está fornecendo esses dados que só interessam a nós, aposentados, e à Previdência Social?"

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Gentes, isso é um absurdo! Trabalhei mais de 45 anos antes de obter minha aposentadoria. Tenho de continuar trabalhando, pois o que a Previdência Social me paga é insuficiente para chegar perto do  padrão de vida dos meus tempos de atividade plena. A Presidente deste país veta os índices para um aumento condigno aos aposentados. Aposentados, neste país, são considerados "peso morto", esquecendo-se, as autoridades, que os mesmos trabalharam e contribuiram com seus esforços para que este país se transformasse na sétima economia mundial, prestes a chegar ao sexto lugar, apesar dos bolsões de pobreza e desigualdades sociais que continuam existindo. Esquecem-se que nós, aposentados, durante nossas vidas, contribuimos para a formação do patrimônio da Previdência Social que deveria nos proporcionar a garantia de uma sobrevida digna. E, agora, ainda temos que conviver com amolações e sobressaltos como os narrados em minha carta ao jornal?

Tenho uma curiosidade: será que ilustres aposentados, como o ex-presidente Lula, o ex-presidente FHC, e outros políticos de renome nacional, estão passando por essas mesmas raivas, por essas mesmas apreensões?

Abração,
JF

segunda-feira, janeiro 16, 2012

ARMAÇÃO, EM ARMAÇÃO DOS BÚZIOS

Lá nos idos dos anos 60/70, no longínquo século XX, havia uma atriz francesa que andou freqüentando a praia em Búzios. Muito marmanjão viajava para lá, na esperança de tirar uma lasquinha dela ou, pelo menos, vê-la fazer um topelesinho maneiro, Aparentemente, ninguém se deu bem. Só a atriz se deu bem. Brigitte Bardot, parece-me, ganhou uma estátua na cidade.

Mas, vamos deixar essa história de lado e vamos ao que interessa.

Gentes, fui multado. Falando ao celular, enquanto dirigia, às 15,36 hs, do dia 23 de setembro de 2011, uma sexta feira. Sei que muita gente irá dizer:

“Bem feito! Você não sabe que além de proibido isso é perigoso?”

Pois é! Sei! Tanto que, quando toca meu celular e eu estou dirigindo, deixo-o tocando até que ele canse. Mas, no município de Armação dos Búzios, ou Armação de Búzios (a Prefeitura local se utiliza das duas formas), ou simplesmente Búzios, na falta de alguma atriz para distrair a molecada, resolveram investir no JF. Ou seja: eu! E lá estava o agente de trânsito, na minha cola, pronto para me autuar. Não tinha coisa melhor para fazer, não?

O problema é o seguinte: no estado do Rio de Janeiro, em direção ao norte, o máximo a que já cheguei, em toda a minha vida, foi Niteroi! Sabem Niteroi? Aquela da música do Gordurinha, lá do tempo dos antanhos:

“Só mesmo vendo como é que dói! Só mesmo vendo como é que dói! Trabalhar em Madureira, Viajar na Cantareira e morar em Niterói!”

Ehhh, saudosa Cantareira! Um dos serviços de barcos que traziam povo do outro lado da baia, devolvendo-o mais tarde, e que, certamente, a Brigitte não usou para ir a Búzios.

Ora, se nunca passei de Niterói, nem para ir espiar a Brigitte Bardot (juro!!!), como pude ser multado por estar em uma cidade bem lá prá cima? “Durma-se com um barulho desses”, como seria dito na época do Conselheiro.

Pois bem! Acontece que, pela manhã do dia 23 de setembro, eu saí de Itatiba/SP em direção à cidade de Sorocaba/SP, que dista uns 650 Km de Búzios. À tarde, retornei a Itatiba. E como provar? Fácil! Como rodo bastante pelas estradas, utilizo-me do serviço do “Sem Parar”. Ou seja: não paro nos postos de pedágio. Minha passagem é registrada por uma câmera e, no fim do mês, recebo a fatura com o valor de todos os pedágios pelos quais passei e cujo valor me é debitado (antecipadamente!!!) no cartão de crédito. E vocês sabem que no estado de São Paulo os pedágios são quase tão numerosos quanto os dias do ano. E estava tudo lá na fatura: os pedágios da ida e da volta. Imaginem que, às 15,57 hs, do dia 23 de setembro, foi registrada a presença de meu carro no pedágio de Itupeva/SP, caminho da volta, cidade a uns seiscentos e poucos Km de Búzios. E o melhor: a notificação da multa informava que não havia fotografia do veículo, por ter sido apenas anotada a placa pelo agente de trânsito. Que legal! Obviamente, na minha defesa, eu aleguei que um simples veículo VW não conseguiria fazer o percurso Búzios a Itupeva em 21 minutos, à velocidade supersônica de 1.900 Km por hora. Acho que nem os aviões da FAB conseguiriam. Agora, é aguardar o resultado de minha defesa. Por sorte eu tinha a fatura do “Sem Parar” como prova. Mas, e se não tivesse? Era pagar e ficar quietinho, pois quem tem de provar alguma coisa, neste caso, é o acusado. E dizem que essa história de “indústria da multa” é coisa que não existe!

Mas, pensando bem, até que foi “bem feito” para mim. Quem mandou eu não ir a Búzios espiar a BB? Pelo menos eu saberia, agora, onde é a cidade. Tontão!!!

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Gentes, na última blogagem , falei dos “ditos mal ditos”. Volto ao assunto porque esqueci-me de um, que fotografei, num ginásio de esportes na cidade de Registro-SP, lá por 2006/7, durante uma exposição de orquídeas.

No banheiro masculino, o aviso: “ABSORVENTES – Não jogar no vaso sanitario. Jogar no cesto”

Sim, minha senhora. Eu sei que a senhora observou. O “vaso sanitário” estava tão sem acento quanto o vaso sanitário estava sem assento. Não é isso que a senhora ia dizer? Ahh! Entendi! Sim, o aviso estava no banheiro masculino. Verdade! Visto por estes olhos e fotografado por estas mãos que, um dia, a terra há de os comer!
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QUEBRA CABEÇAS : O Eddie Wood (Ed para os íntimos) está perdido, aí no meio da floresta, com possibilidades de ser engolido por alguma onça, jacaré, tigre, leão, hipopótamo, girafa... Vamos achá-lo?

Gentes, o Ed acabou de passar por uma cirurgia nos olhos e está enxergando bem demais.
Nestes próximos dias ele estará blogando e contando a saga. Lá no blogue dele:


Aguardem um pouco, mas não percam.

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Por hora, é isso.

Um abração para todo mundo e até breve.

JF