quinta-feira, janeiro 23, 2014

O MÁGICO DE OZ

Era uma vez uma menina muito bonitinha e sapequinha (que palavra antiguinha) chamada Dorothy, que morava no interior do Kansas, lá nos Estados Unidos. Ela até que cantava bonitinho, como vocês podem ver nesse vídeo aí ao final.

Um dia, Dorothy saiu para passear com o Totó, seu cachorrinho, e se perdeu, levada por uma enorme ventania. Um tufão, mesmo! Pelo menos essa foi a desculpa que ela contou para a mãe, quando ela voltou. Lógico que ela não iria usar a desculpa de ter se perdido na floresta, pois essa  já fora inventada por sua amiguinha que usava um chapeuzinho vermelho e que levou a maior bronca da mãe, quando chegou em casa, a bordo de um carro esporte, acompanhada por um cara com cara de muito mau, um verdadeiro lobo! Assim, a desculpa do tufão acabou servindo. E, junto com o tufão, Dorothy contou à mãe a sua saga.

Segundo ela, levada pelas asas do tufão, acabou aterrando em uma cidade de anões muito simpáticos que lhe informaram que só um mágico, como o que habitava na cidade Oz, sabia o caminho para que ela voltasse para casa.

E foi assim que Dorothy e Totó, todo lampeiros, seguiram para Oz, cantando a musiquinha:

"Eu vou, eu vou, prá Oz agora eu vou - au".

Lá pelas tantas, Dorothy encontrou, no caminho, um rapagão parado no meio de uma horta de milho, fantasiado de espantalho. Mas, esse Espantalho, que era um cara muito vivo, quando viu Dorothy já foi dominado por maus pensamentos e já foi pensando “Opaaaa! Choveu na minha horta!”

-Oi, mina! Tudo bem por aí? Que tal uma volta no meu carango e ouvir umas musiquinhas?

-Carango!!! Que coisa mais velha! Isso é da época em que o Roberto Carlos subia a Rua Augusta a 120 por hora! E agora, não existe mais essa de “musiquinhas”. Agora, é o FUNK!

Ao perceber que, daquele mato, não saia cachorro, Espantalho pôs-se a chorar e a se lastimar:  

-Oh, infelicidade! Eu queria tanto ser artista da Globo... Buááááá!!!

E Dorothy o consolou:

-Não chore! Eu estou indo a Oz pedir que o mágico me ensine o caminho de casa. Na certa ele consegue que você participe do BBB e possa ficar super famoso.

E, assim, lá se foram os três para Oz, cantando, felizes, pelo caminho:

“Eu vou, eu vou, prá Oz agora eu vou – auau!”

Mais para a frente, escondido atrás de umas moitas, outro indivíduo, fantasiado feito um boneco montado com latas velhas, viu que eles se aproximavam e já foi pensando:

“Oba! Dois otários que vou depenar.”

-Ei, vocês! Podem parar e vão passando celulares, carteiras, tênis... Tudo o que vocês tiverem. E esse cachorro, pode passar esse osso que está carregando.

-Oh, seu Homem de Lata! Nós não temos nada. Estamos vindo de um “rolezinho” lá no Shopping.

Vendo que, daquele mato, não saia cachorro, Homem de Lata pôs-se a chorar e se lastimar:

-Oh, infelicidade! Eu queria tanto ser jogador de futebol... Buááááá!!!

-Não chore! Eu estou indo a Oz para o mágico me ensinar o caminho de casa. O Espantalho vai pedir que ele o coloque no próximo grupo do BBB. Na certa ele consegue que você seja vendido a um clube europeu, por muito dinheiro. Mesmo que você não seja escalado para jogar, sempre haverá alguma modelo querendo namorar com você.

E, assim, lá se foram os quatro para Oz. cantando felizes pelo caminho:

“Eu vou, eu vou, prá Oz agora eu vou – auauau!”

Pois não é que, lá pelas tantas, um cara fantasiado de leão, quando os viu, já foi pensando:

“Oba! Uma passeata! Vou vender uns bagulhos".

-Olha o amendoim! Amendoim torradinhoooo! Um é dois e três é cincooo! Vai amendoim aí, dona?

-Amendoim? Você está doido. Isso faz mal prá pele e dificulta a maquiagem!

-Oh, infelicidade! Eu queria tanto ser político em Brasília... Buááááá!!!

-Não chore! Eu estou indo a Oz para o mágico me ensinar o caminho de casa. O Espantalho vai pedir que ele o coloque no próximo grupo do BBB e o Homem de Lata vai pedir que ele o transfira para o futebol europeu. Na certa ele consegue que você seja, pelo menos, nomeado para uma Diretoria em algum Ministério. Vai ter mordomia aos montes!

E, assim, lá se foram os cinco para Oz, cantando felizes pelo caminho:

“Eu vou, eu vou, prá Oz agora eu vou – auauauau!”

E, com tudo isso, a caravana chegou a Oz, cada um com um pedido a ser feito ao mágico. Até o Totó, que almejava um osso novo, estava com vontade de pedir.

O problema é que o mágico era um homem muito ocupado e não podia atendê-los. Mas, como tinha bom coração, arrumou emprego para os três amigos, em "bancas de jogo de bicho". Para Dorothy, ele conseguiu uma passagem aérea para um avião que chegou em São Paulo bem no término do tufão, na hora em que se descortinava um enorme e lindo arco Iris.

Bom, pelo menos essa foi a desculpa que ela deu à mãe dela depois de voltar tão tarde para casa, muito depois de terminada a balada. O fato é que, passado um ano, Espantalho, Homem de Lata e Leão estão se submetendo a exames de DNA para saber quem pagará a pensão à criança.
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O filme "Mágico de Oz" é de 1939 e lhe foram atribuídos três prêmios "Oscar". Melhor atriz, para Judy Garland, que por ser ainda menina recebeu, como homenagem especial, uma estatueta miniatura; melhor música, com o já clássico "Over the Rainbow", e melhor roteiro musical. Dias atrás faleceu Ruth Duccini, aos 95 anos, penúltima atriz viva dos 124 figurantes "munchkins", que compunham os habitantes da cidade dos anões, no filme. Abaixo, trecho do filme no qual Judy Garland interpreta a música tema "Over the Rainbow".


(A foto do avião sob o arco iris é de milha filha Luciana Vannucchi de Farias, que estava no lugar certo, na hora certa)
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Família toda reunida: avós, pais, filhos, sobrinhos, netos. Eu lá suando em bicas dentro daquela roupa vermelha e imaginado como é que Papai Noel pode ser gordo usando aquela roupa calorenta.

Ao final, a Marcelinha agradece:

"Obrigada, tio Zé!

"Como?"

E ela se corrige rapidamente:

"Obrigada, Papai Noel!!!".

Já não se fazem mais crianças crédulas como antigamente. HOHOHOHOWWWW!!! 



Um feliz 2014 para todos.
Abração e até à próxima.
JF