segunda-feira, maio 02, 2011

HENRIQUE, HENRIQUE! ONDE ESTÁS?

Você, minha senhora, que passa diante de portas de WCs masculinos, em restaurantes de beira de estrada, certamente já deve ter-se perguntado “como será um banheiro masculino”?

Não tem muito segredo, não. Tem os cubículos fechados para aqueles que, digamos assim, necessitam ficar mais tempo e não podem fazer em pé. Também têm as pias para lavar as mãos, ao menos para aqueles mais asseados. Papel? Bem, em alguns banheiros masculinos tem. Mas, nem sempre. Às vezes, fica por conta do usuário. Que se vire!

Porém, WC masculino tem uma parte que WC feminino não deve ter (Acho que não tem, afinal, nunca entrei em um WC feminino prá saber!). É a parte em que os homens ficam em pé, lado a lado, para... hummm... digamos assim... satisfazer às necessidades líquidas da natureza. Embora pareça simples, esta é a parte perigosa, onde perdemos nossa privacidade. Alguns WC masculinos ainda têm uma espécie de biombo, com um metro de altura e uns trinta centímetros de largura, preso à parede, para evitar que um homem encoste no outro. Sabem como é?

Mulher é muito cuidadosa com WCs de restaurantes em beira de estrada. Com a Nina, por exemplo, às vezes passamos em frente a inúmeros restaurantes de beira de estrada até que ela entenda que um é “entrável”. Já para os homens é diferente. Segundo a Nina, “prá vocês até barranco, em beira de estrada, ou árvore, serve”. É verdade, porém muito relativo. É que, na beira de estrada, não tem ninguém olhando diretamente para o nosso... vocês me entendem!

Já, no WC masculino de restaurante de beira de estrada a realidade é outra. Cada homem ocupa o seu espaço intra-biombal e ali satisfaz às necessidades mais rápidas que a natureza lhe impõe, se é que me entendem. Mas, aí vem uma outra questão. O que faz o homem, nesse micro espaço que lhe é reservado, enquanto despeja aqueles restos de cerveja tomada na véspera?

Olhem... quero dizer: entendam, é uma situação constrangedora, pois o biombo mal chega à altura do ombro. Com isso, se olhar para o lado, o homem irá ver seu companheiro de satisfação de necessidades. E isso não é nada agradável. Se o homem olha, uma leve preocupação já se instala na mente do outro. Se diz “bom dia”, a dúvida já se instala na mente do companheiro. Se sorri... não existem mais dúvidas: “esse cretino está querendo me cantar!” Portanto a única coisa que nos resta, nesses momentos íntimos, é olhar para a frente. Para a parede. Alguns restaurantes de beira de estrada facilitam as coisas e costumam afixar páginas de algum jornal diário, em geral daquele jornal que você não gosta. Mas, numa situação dessas, você vai ligar para o jornal exposto? O jeito é aproveitar e se atualizar com alguma notícia. Para mim, que só tenho problemas de visão para distãncias, é um pouco chato, pois, para ler, não necessito dos óculos. Mas, vale o sacrifício de tirá-los. Entretanto, nem sempre os donos de restaurantes são benevolentes a ponto de nos facilitarem esses momentos de estada em seus estabelecimentos e não colocam jornal nenhum. Nestes casos, devemos utilizar nossa imaginação e encontrar alguma coisa para fazer, como por exemplo, contar, na vertical (na horizontal vamos encontrar o olhar do vizinho), quantas carreiras de azulejos existem até o teto. Outras vezes, dependendo do grau de limpeza do local, e sempre olhando verticalmente, de baixo para cima, procuramos mosquitos, pernilongos, baratas, lagartixas, e outros bichos. É que, eventualmente, um deles pode ser uma dessas micromicromicro câmeras espiãs e a nossa foto, com o... seguro em uma das mãos pode ir parar na internet. Nunca se sabe!

Mas, toda essa explicação, minha senhora, é apenas para que você entenda a situação de constrangimento a que se submete um homem, em WC de restaurante de beira de estrada, pois o intuito desta postagem é outro. Vamos aos fatos.

Dia desses, estava eu me dirigindo a São Paulo e precisei parar em um restaurante de beira de estrada para ir ao WC. Estava eu, lá, entretido em contar a quantidade de carreiras de azulejos da parede, quando escuto, na porta, a alguns metros de mim, uma voz feminina:

“Henrique! Ohhh, Henrique!”

Ninguém respondeu. Novamente:

“Henriqueeee! Henrique!”

Nada! Parece que o Henrique não estava ali. Ou então, morto de vergonha, ficou quietinho trancado em um dos cubículos fechados.

É lógico que a curiosidade bateu. Será que ela chamou o Henrique na porta, mas do lado de fora, ou teria entrado dentro do WC masculino, logo após à porta, para chamar pelo Henrique? Era só virar a cabeça e olhar, não é mesmo? Pois não é tão fácil assim. Se eu olhasse de lado, para ver a cara dela, provavelmente o que veria seria a cara do meu companheiro da baia ao lado. Ele iria, logo, desconfiar de minhas intenções e poderia não gostar. Ou poderia gostar, sei lá! Percebem como é difícil? Assim, permaneci contando azulejos até o término da operação, quando lavei minhas mãos, asseado que sou, e sai do WC masculino do restaurante de beira de estrada. Do lado de fora já não havia mais ninguém e segui minha viagem com a curiosidade não apenas insatisfeita como aumentada. O que levaria uma mulher a chegar na entrada de um WC masculino de restaurante de beira de entrada e chamar por um tal de Henrique? Muitas hipóteses me passaram pela cabeça:

- Henrique seria o filho da mulher e tinha sumido num momento de distração dela;

-Henrique seria um genro cansado da sogra rabugenta e que fugiu de fininho, sem que ela percebesse, abandonando-a num restaurante de beira de estrada;

-Henrique seria um marido de uma dessas mulheres que não param de dar palpites enquanto ele dirige “você está correndo demais”, “acho que você errou a estrada”, “que barulho (o ronco do motor funcionando) é esse que o carro está fazendo?”, e que, como no caso da sogra, saiu “de fininho”, sem que ela percebesse;

-Henrique não existiria. Foi apenas um pretexto utilizado pela mulher para entrar no WC masculino do restaurante de beira de estrada e olhar para ver como era lá dentro. Ou, pior, uma tentativa de ver o que os homens estavam segurando, na hora da satisfação das necessidades impostas pela natureza . Vocês me entendem, não é?

Enfim, essas foram as hipóteses que levantei, mas não fiquei satisfeito. Assim, peço a vocês, gentis leitoras e leitores, que me esclareçam com novas hipóteses: o que faria uma mulher chamar pelo Henrique, na porta do WC masculino de um restaurante de beira de estrada?
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PLAYGROUND DOS DINOSSAUROS

Gentes, juntei-me à Jack, ao Itiro, ao Marco Santos e ao Paulo e, agora, também estou postando no blogue "Playground dos Dinossauros"   http://www.flintstones.blogger.com.br/  Minha primeira postagem foi sobre os telefones da época em que pedíamos a ligação diretamente à telefonista. Meu nome, lá no blogue? JFlintstone. Aguardo a visita de vocês.

E, para completar a informação sobre meus blogues, também participo do blogue do Ed Wood, meu cão beagle chantagista. Como ele não consegue digitar (tem dedinhos a menos, em suas patas), ele dita (verdade!) e eu digito. O Ed (eu, também) aguarda a visita de vocês lá no blogue onde ele conta suas aventuras:
http://edbeagle.blogspot.com/
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Abração e até à próxima,
JF

12 comentários:

Magui disse...

Para mim foi um surpresa saber deste ambiente desagradável dos banheiros masculinos.Deve ser praga minha como castigo por fazerem fora do lugar certo.
Qt ao Henrique, a mulher estava procurando alguém.Quem? Aí é que continua o mistério.

Anônimo disse...

Passe pelo frango assado no início da carvalho pinto e verá outro tipo de banheiro masculino químico sem divisorias mas também sem porta
Quem passa por fora vê a filings masculina na situação que Vc descreve
Rita

Miguel disse...

"J", amplo e maravilhoso estudo sobre um assunto que sempre me intrigou, vc conseguiu definir em palavras exatamente o que se passa pela minha cabeça ao examinar os atrativos de um WC de beira de estrada, alguns terríveis. Mas sua didática foi perfeita ao explicar as questões que um cavalheiro enfrenta ao se desfazer de seus excessos líquidos. O Henrique??? Cavalheiro, não faço a menor idéia, de repente a dona é meio pancadona e fica por aí chamando o Henrique. Meu caro, até outras tantas vezes.

Luciana L V Farias disse...

Paiê, na hora em que eu conseguir parar de dar risada, opino sobre o Henrique...

Já sabia como era um banheiro masculino porque, quando estava no colégio, uns rapazes do terceiro colegial fizeram um documentário e apresentaram um para as meninas (não se preocupe, eles tomaram o cuidado de filmar quando ninguém estava usando). Mas nunca parei pra pensar na questão filosófica do uso, eu sempre pensei que pra mulher que fosse complicado pela questão do vaso, rsrsrsrs...

Beijocas, paiê!

Rosamaria disse...

J.F., vim na corrida agradecer tua visita e desejar que o dia de hoje tenha sido muito feliz para as mães daí.
Nunca tive curiosidade sobre banheiros masculinos de restaurantes de beira de estrada, porque faço uma idéia pelo que vejo nos femininos, alguns insuportáveis, outros nem tanto.
E o Henrique?
Henrique, Henrique! Onde estás?

Bjim pra ti e pras mães daí

Ah! Não foi possível ir à exposição de orquídeas. Foi um fim de semana muito movimentado aqui.

maith disse...

hahahaha! Primeiro a historia do Henrique. Eu acho que a unica justificativa seria se o Henrique fosse uma criança perdida. Você ha de convir que perder de vista um filho pequeno deixa qualquer mão baratinada a ponto de adentrar um wc masculino. Quanto aos dinosauros eu estarei lá com certeza para ler as suas impagaveis historias. Boa semana!

maray furnari disse...

olha, não faço idéia de quem seja o Henrique supracitado, mas já entrei em banheiro masculino de beira de estrada, sim. Mandei maridão ver se estava vazio e entrei. Vc não imagina, nem nunca imaginará, o que é uma mulher na menopausa sem encontrar um banheiro feminino por kms!! O feminino em questão estava quebrado e trancado.
Às vezes eu acho que deveria existir uma lei obrigando homem a fazer sentado como nós. Assim ia acabar com o problema da sujeira motivado pela falta de pontaria...

bjs

Luma Rosa disse...

Depois dizem que são as meninas as complicadas! Oras, a mulher só chamou "Henrique", pois ele poderia estar ali, mas se ela tivesse chamado "Vitória", daí sim seria preocupante - Não é normal chamar por uma menina na porta de um banheiro masculino.
Ir ao banheiro para os homens pode ser considerado um teste de concentração? Sabe que alguns honens, mesmo com muita vontade não conseguem usar o banheiro? Pensando nisso, um holandês mandou pintar no fundo do seu vaso, uma mosca. O que ajudou na sua concentração e também para sua esposa parar de xingá-lo todas as vezes que usava o banheiro; agora ele acerta a mira certinha e não respinga o vaso.
Outro dia vi pela tv, um teste em banheiros masculinos. Colocaram uma câmera para analisar qual mictório seria escolhido, num total de 7 mictórios. Os homens chegavam e escolhiam os mais distantes. Portanto, se tivessem dois usando o ambiente, o terceiro que entrasse, usaria o do meio, um pouco a contragosto já que a distância começaria a ficar perigosa. Uma quarta pessoa entrou e te pergunto (desenhe no papel - entre cada pessoa sobrariam dois mictórios e qualquer um escolhido, o homem ficaria perto de outro): Qual mictório ele escolheu?

*Depois te conto! Arrisque uma resposta.

Boa semana! Beijus,

JuJu disse...

Talvez o Henrique tivesse se escondido no banheiro para mandar informações confidenciais para a Nave Kiiri, que está estacionada em frente à Terra. Sim, Henrique é um espião de uma raça alienígena que pretende dominar o planeta.
E a mulher só estava estranhando a demora do cara.
Ponto.

Maria Helena disse...

JF
Ahhh!!!!! Nunca tive interesse em conhecer um banheiro masculino, mas dessa forma tão pitoresca achei engraçadado, rsrsr.
Ohhh!!!!céus???? Fiquei preocupada com o Henrique.Estaria ele trocado de banheiro???Ido assiiimmm, quem não quer nada,ao banheiro feminino?
Bjs

Miguel disse...

Jota, passando pra dar uma outra lidinha neste crônica divertidíssima, abração meu caro, até outras vezes.

Magui disse...

Sumiu? Por quê?