terça-feira, agosto 09, 2011

NÃO CORRA, DOIDÃO!

Gentes, vocês têm observado como tem aumentado a quantidade de radares nas estradas? Em compensação, desaparecem os policiais rodoviários. Antigamente, os policiais ficavam postados em pontos estratégicos, munidos de binóculo e cronômetro. Motorista pego em infração de trânsito levava uma bronca daquelas! Era para não esquecer tão cedo. Hoje, não! Você está em casa, tranqüilo, e chega sua correspondência. E, no meio de uma infinidade de mensagens de propaganda, você recebe uma multa relativa a excesso de velocidade em um local que você precisa se esforçar para lembrar que passou por ali. E onde foram parar aqueles policiais que ficavam surpreendendo os que corriam demais, os que ultrapassavam pelo acostamento, os que ultrapassavam em locais proibidos, e assim por diante, especialistas em passar aquela lição de moral nos motoristas infratores? Sumiram! Parece que, hoje em dia, não há mais o interesse de educar o motorista. Apenas o de multar. Apenas rechear os cofres.

Mas, os encontros com os policiais rodoviários, às vezes, originavam histórias engraçadas.

Em 1961, fomos conhecer Brasília. As estradas não tinham a estrutura de hoje em dia, mas até que davam para viajar-se nelas. E, assim, meus pais, minhas duas irmãs e eu seguimos para a nova capital no carro que meu pai tinha na ocasião, um Chevrolet Bel-Air, 54, em uma época em que automóvel era feito para durar bastante. Gentes, como Brasília era longe! Meu pai não era de correr. Porém, nas circunstâncias, estava voando baixo. Pois não é que, lá pelas tantas, um policial rodoviário mandou meu pai parar?

“O senhor vinha pela estrada a mais de 120 por hora.”

“Não, “seu” guarda. Eu vinha controlando o velocímetro. Estava a 80 Km por hora.”

O policial olhou para o velocímetro:

“Seu velocímetro não marca em quilômetros. Seu velocímetro marca em milhas.”

E o motorista (meu pai), fazendo-se de inocente:

“Ora, e não é a mesma coisa?”

“Lógico que não! Quando seu velocímetro marca 60 milhas, o senhor está a 90 Km por hora. A 80 milhas, o senhor está a 120 Km!”

Na verdade, até um pouco mais, pois a milha terrestre corresponde a pouco mais de 1.609 metros. Mas, o motorista não iria, nessa hora, querer dar o braço a torcer e nem ensinar detalhes ao policial.

“Um momento, “seu” guarda!” Meu pai procurou um papel e algo que escrevesse e pediu ao policial que repetisse as medidas.

“Quando seu velocímetro marca 60 milhas, o senhor está a 90 Km por hora.  A 80 milhas, o senhor está a 120 Km por hora!”

Meu pai, diligentemente, anotou no papel:

60 milhas = 90 Km       80 milhas = 120 Km

“Então, “seu” guarda. Pelo que estou entendendo, eu só posso ir um pouquinho acima das 50 milhas, que equivalem a 80 Km?”

“É isso mesmo!”

“Muito obrigado, “seu” guarda. Agora que anotei, já estou sabendo. Vou tomar cuidado.”

“Muito bem! Não vou multá-lo, desta vez. Mas, fique dentro desse limite.”

E, assim, sob muitas gargalhadas, continuamos com nossa viagem a Brasília. Nem preciso dizer que, dois minutos depois, com a autoridade já distante, o velocímetro do carro voltou a marcar 80 milhas por hora.

Bons tempos aqueles em que a gente encontrava pela frente um policial rodoviário. Hoje, radar nenhum iria ensinar ao meu pai a relação entre a milha e o quilômetro. Se bem que ele sabia e muito bem.

Meu pai e minha mãe indo para Sorocaba. Minha mãe na direção do  fusquinha 58, novinho, dos primeiros fabricados na recém inaugurada fábrica de São Bernardo do Campo. Minha mãe tinha pé pesado! Como corria! O guarda mandou parar e pediu os documentos. Ao ver o sobrenome, ele perguntou:

“A senhora é parente do Padre Aldo, de Sorocaba?”

Salva! O guarda era amigo do Pe. Aldo, segundo ela imaginou. Abrindo um sorriso, respondeu:

“Sou, sim. Ele é primo do meu marido.”

“Só podia ser! Eu multo o Pe. Aldo, nesta estrada, por excesso de velocidade, quase toda semana!”

E minha mãe,com sorriso amarelado, amargou mais uma multa por excesso de velocidade em estrada.

Bons tempos! Eu também passei por uma dessas, incólume. Mas, a postagem está ficando longa. Fica para outra hora.

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A LOIRA DE GUAXUPÉ/MG

Gentes, depois de abraçar a loira errada, pensando que era a loira certa, na exposição de orquídeas de Rio Claro, conforme contei na última blogagem, quero, agora, me redimir. Apresento para vocês a Rainha das Orquídeas de Guaxupé/MG, na exposição de orquídeas dessa cidade, no final de julho. O fato de ela ser loira é mera coincidência. O que eu estava fazendo ao lado dela? Foi mera coincidência! Juro!


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O BLOG DO ED (meu cão beagle)

Pessoas e pessoos. O Eddie Wood, meu cão, estará postando uma nova mensagem, amanhã, lá no seu blog   http://edbeagle.blogspot.com/   Não deixem de ver. Será sua postagem comemorativa ao seu décimo aniversário.

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A foto com a Rainha das Orquídeas foi feita pela Nina. Que é que vocês estavam pensando?

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Abração e até à próxima

JF

11 comentários:

maray disse...

Também tenho saudade daqueles guardas rodoviários: altos, magros, calças agarradíssimas, botas limpas, meu deus!! Aqueles não eram guardas, eram fetiches ambulantes!!
Bons tempos....
E sim, a experiência de encontrar na correspondência uma multa dói muito, no bolso. Eu levei minha última indo pra Matão, num radar da estrada que eu não conhecia. E pensar que foi justo quando troquei a direção com o maridão, que estava cansado...

bjs

Maze Oliver disse...

Oi J.F. estou passando para deixar um abraço! Vc sempre com seus textos bem humorados. Muito bonita a sua foto com a loira!

Francys Oliva disse...

Passando para lhe deixar um abraço(rs)...Fiquei em dúvida se é bom ter um radar ou o guarda rodoviário depois de ler o seu post kkk.
beijos
Dê um abraço na Nina e em todos por mim.
PS. Vocês virão no lançamento da Lunna desta vez?Esperamos que sim.
Caso não saiba será no dia 27 de agosto as 16 horas na biblioteca alceu amoroso lima.(aff, chega de propagando ..rs)
beijocas

JuJu disse...

Realmente, radar deve ser bom demais! Não dá bronca no motorista e assim este continua fazendo sandices no trânsito e enchendo os bolsos de algumas pessoas. Maravilhoso! Viva as minhas verdinhas e os outros que se danem, hehe! *ironia mode on*
Muito esperto esse seu pai, mas espero que algum dia ele tenha desistido desse negócio de 80 milhas, não? Ainda bem que nem sempre dava para enganar os guardas.
...
Até!

Luma Rosa disse...

Certa vez estava na Rodovia dos Trabalhadores (Ayrton Senna) indo para Mogi das Cruzes quando no meio da pista apareceu um batalhão com metralhadoras entrando no meio da pista, levei maior susto, pisei no freio e quando cheguei perto respirei aliviada, não eram metralhadoras e sim filmadoras. Meu alívio durou pouco quando vi que se tratava do dia do motorista e fui pega como "exemplo" e várias TVs estavam ali fazendo a "festa". A minha vontade era de escorregar no banco e sumir! "Não seu guarda, eu não vi o radar, ele estava camuflado atrás de uma árvore" Depois dessa ninguém levou nada à sério, nem dentro, nem fora do carro e por vários anos, fui motivo de chacota. Como uma pessoa se entrega com tanta facilidade, enfim, tudo aconteceu no susto!

Já por aqui na região dos lagos, os policiais ainda param, porém a medida "educativa" é outra e invariavelmente custa mais de 200 reais.

hehehehe Lembranças para o Pe. Aldo!

Rosamaria disse...

J.F., uma vez eu me escapei de uma, eu ia a 126 e depois que viram os documentos me liberaram, porque os "ômi" conheciam meu marido que era reitor na época (pra veres como é). Mas meu marido é o campeão de multas. Ano passado ele perdeu a carteira e teve que fazer cursinho pra renovar e a última foi por radares novos que colocaram na faixa que vai pra chácara e ele não sabia.

Esperto teu pai, hein!
Tu também, A loira é linda, ainda bem que a Nina andava por perto.
Bjim procês.

shahanara disse...

your blog is very fine!!

Luma Rosa disse...

Sumido!! Vim trazer um link pra você:

São Paulo recebe a maior exposição de orquídeas da cidade no dia 16

Boa semana!!

Maria Helena disse...

JF
Coisas da vida, rsrsrs, tanto lá nos bons tempos, quanto cá o negócio é sempre multar.
Olha só,fui à Brasília em 1961tinha 16 anos. Meu pai, minha mãe, meus irmãos e eu, estávamos passando férias no Rio, quando recebemos um convite para visitar tios e primos que haviam se mudado para lá. Foi a 1ª vez que andei de avião.
abração.

Magui disse...

Boas histórias também.

Anônimo disse...

Que bom estar aqui de novo me divertindo com as -peripécias do meu amigo.Fiquei com inveja atrasada de sua mãe que era multada por excesso de velocidade. Eu fui uma péssima motorista, acho que nunca consegui chegar nos 80 muito menos ultrapassar. Era mais facil ser multada por atrapalhar o trancito com minhas barbeiragens. Mas hoje sinto saudade do dia em que ganhei o meu primeiro carro do maridão, um gordine 62 que me deu uma das maiores alegrias de minha vida. Mas tudo se acaba. ou melhor, tudo se renova. Apareça meus blogs estão atualizados. Um abraço!Maith